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POLÍTICA
Terça - 21 de Abril de 2020 às 22:37
Por: Wilson Tosta, Estadão

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O GLOBO
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Estadão Um novo laudo pericial, agora produzido pelo Instituto Médico-Legal do Rio, no corpo deAdriano da Nóbrega, morto por policiais militares na Bahia em fevereiro, mostra que o ex-PM foi baleado a pelo menos um metro e meio de distância e tinha nas costelas fraturas compatíveis com tiros. Obtido pela Rede Globo, o documento afirma ainda que Adriano, um miliciano foragido do Rio havia mais de um ano, pode ter morrido por ferimentos no coração e pulmão, provocados por dois tiros. Devido ao estado de decomposição do cadáver, é impossível determinar com certeza o que causou a morte, afirmaram os peritos.

Nóbrega era apontado como um dos chefes do Escritório do Crime, uma milícia que domina as comunidades da Muzema e de Rio das Pedras, também especializada em homicídios por encomenda. Ao bando, era ligado Ronnie Lessa, um ex-PM preso sob acusação de ter matado a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018. A mãe de Nóbrega, Raimunda Veras Magalhães, e a ex-mulher Danielle Mendonça da Costa foram assessoras do hoje senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ) quando era deputado estadual no Rio.

Segundo o laudo, um projétil atingiu Nóbrega no tórax à esquerda e voltou a entrar no pescoço, saindo por trás. Outro tiro foi dado de cima para baixo, na região da clavícula direita. Os peritos afirmaram não haver marcas de lesões violentas nem na região sexual, mãos, pés e boca. Os disparos, de acordo com a perícia, eram compatíveis com carabina IA2 calibre 556 e com fuzil 7.62. O corpo apresentava lesão na região frontal (testa) produzida ainda em vida. Alegando desconhecer "a dinâmica do evento", os peritos não puderam confirmar se uma queimadura na região torácica foi provocada pelo cano quente de uma arma de fogo.

Proximidade

Por indicação de Flávio, Nóbrega recebeu a Medalha Tiradentes, mais alta homenagem do Legislativo fluminense, em 2005. Estava na cadeia, acusado de um homicídio, mas acabou solto. O presidente Bolsonaro, quando deputado federal, defendeu o policial pela morte, afirmando que matara um traficante. Já na Presidência, afirmou que ao ser homenageado por seu filho, Nóbrega era "um herói".

Quando Nóbrega foi morto, Flavio protestou. Afirmou, como o pai, que o ex-PM foi torturado e morto em uma operação de "queima de arquivo", supostamente promovida por um governo do PT, o da Bahia. O governador Rui Costa repudiou as acusações em termos duro. Flávio até exibiu na internet vídeo com imagens de um corpo supostamente de Adriano com o que disse ser marcas de tortura. Mas não era possível dizer com certeza que o corpo erado ex-PM. Os ferimentos não eram compatíveis com os do cadáver do ex-oficial, e o local da filmagem não era compatível com o IML da Bahia, segundo autoridades locais.





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