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POLÍTICA
Quinta - 14 de Maio de 2020 às 06:03
Por: João Pedroso de Campos, Veja.com

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© Adriano Machado/Reuters Jair Bolsonaro durante fala com jornalistas na manhã desta quarta-feira, no Palácio do Planalto
© Adriano Machado/Reuters Jair Bolsonaro durante fala com jornalistas na manhã desta quarta-feira, no Palácio do Planalto

O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou na tarde desta quarta-feira, 13, os exames de Covid-19 feitos pelo presidente Jair Bolsonaro. Dois dos exames foram feitos em um laboratório do Hospital das Forças Armadas, com os pseudônimos de Airton Guedes e Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz, e um na Fundação Oswaldo Cruz, com o codinome “Paciente 05”, todos apontando que o presidente não contraiu o novo coronavírus. Os documentos referentes ao paciente, como RG e CPF, e a data de nascimento, no entanto, são mesmo de Jair Bolsonaro.

“Para a realização dos exames foram utilizados no cadastro junto ao laboratório conveniado Sabin os nomes fictícios Airton Guedes e Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz, sendo preservados todos dados pessoais de registro civil junto aos órgãos oficiais, (Identidade; CPF, material coletado para exame por equipe de saúde do Hospital das Forças Armadas), para fins de comprovação da sua veracidade”, anotou o general de divisão Rui Yutaka Matsuda, comandante logístico do HFA.

O primeiro exame feito por Bolsonaro, do tipo PT-PCR, sob o pseudônimo Airton Guedes, foi coletado no laboratório Sabin do Hospital das Forças Armadas, em 12 de março, um dia depois de o presidente ter voltado de viagem aos Estados Unidos, onde ao menos 24 pessoas de sua comitiva foram infectadas pelo vírus.

Estão entre elas os ministros Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, e Bento Albuquerque, de Minas e Energia, o chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, a tesoureira da Aliança pelo Brasil, Karina Kufa, e o marqueteiro do partido, Sérgio Lima, e o assessor especial da Presidência Filipe Martins. O resultado de “não detectado” do presidente saiu no dia 13 de março.
© Foto: Divulgação

O segundo exame, do mesmo tipo, no mesmo laboratório, com o nome de Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz, foi coletado no início da tarde de 17 de março e teve a conclusão no mesmo dia, também negativa para Covid-19.


© Foto: Divulgação

Ainda foi feito um terceiro, no Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo da FioCruz, no Rio de Janeiro, em 18 de março, cujo resultado negativo saiu no dia seguinte.

© Foto: Divulgação

A decisão de dar publicidade aos exames do presidente foi determinada pelo ministro do STF Ricardo Lewandowski, relator de uma reclamação ao Supremo feita pelo jornal O Estado de S. Paulo, que pedia acesso aos documentos, entregues pela AGU ao tribunal nesta terça-feira. “Determino a juntada aos autos eletrônicos de todos os laudos e documentos entregues pela União em meu Gabinete, aos quais se dará ampla publicidade. Intime-se a reclamante para que tome conhecimento do teor desta decisão e de todos os seus anexos”, decidiu Lewandowski.

O entendimento do ministro do STF veio depois de o jornal ter obtido o direito de ter acesso aos exames em decisões de primeira e segunda instâncias, derrubadas por uma decisão do ministro João Otávio Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ao contrário de outras autoridades mundiais, como o presidente americano, Donald Trump, e governadores brasileiros, Bolsonaro vinha se negando a divulgar os exames sob a alegação de que seriam sigilosos.





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