Toque de Alerta - toquedealerta.com.br
GERAL
Sábado - 12 de Março de 2022 às 20:47
Por: Redação TA c/ Fátima Lessa, Assessoria

    Imprimir


Assessoria
Assessoria

Portando cartazes e gritando palavras de ordem, o grupo Mulheres do SinasefeMT, o Coletivo de Mulheres de Cuiabá com apoio acústico do grupo de mulheres Tambores de Maria Taquara, ocuparam, na terça-feira, 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, o hall de entrada da reitoria do IFMT, no bairro Quilombo, em Cuiabá, em defesa da professora de filosofia Maria Oseia Bier, de Alta Floresta ( a 636.30 km de Cuiabá), vitima de violência virtual.

Segundo o sindicato, o caso envolvendo a professora trata-se de machismo institucional e estrutural recorrente nos campi do IFMT.

Com relação ao acontecimento envolvendo a professora a situação aconteceu durante reunião online para definição do calendário escolar. Na ocasião os coordenadores de curso tentaram impedir manifestação da Oseia. Isso mostra, segundo a entidade sindical, que a professora foi vítima de machismo conhecido por, 'manterrupting', que acontece quando a mulher é interrompida durante a fala ou quando não consegue, em uma reunião ou apresentação profissional, concluir sua fala em meio a tanta obstrução masculina.

Durante o ato realizado, a diretora do Sinasefe MT, Priscila Ferrari Paulino, protocolou e entregou em mãos do reitor Julio César dos Santos, ofício onde constam as reivindicações urgentes do grupo “Mulheres do Sinasefe MT”.

“Exigimos que sejam tomadas medidas para que haja futuramente, paridade de gênero nos conselhos institucionais, nas pró-reitorias e diretorias”, diz um trecho do ofício onde consta ainda itens que exigem o fim das discriminações e respeito ao Plano Nacional de Educação aos Direitos Humanos (PNEDH).

PARA ENTENDER

Em 2021, a reitoria instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra a professora de Filosofia e sindicalista Oseia Bier alegando uma suposta conduta “desproporcional da professora com os coordenadores pedagógicos do curso Tecnológico de Gestão de Recursos Humano” durante reunião online para definição do calendário escolar.

Na justificativa da abertura do PAD, a reitoria citou uma suposta “falta de urbanidade” e “conduta desproporcional”.

A investigação havia sido solicitada pelo então diretor do campi Alta Floresta o hoje reitor do IFMT Júlio César dos Santos.

O que eles falam “conduta desproporcional” se refere ao fato da professora não aceitar interrupção em sua fala durante a referida reunião. Oseia foi interrompida por dois coordenadores do campus, em dois momentos. Mesmo com a interrupção a professora não aceitou a interrupção e pediu para “não fosse interrompida porque não havia concluído sua fala”.

Com a repercussão negativa junto aos servidores e na mídia, a reitoria informou que o processo havia sido arquivado.

Em 2022, a professora relatou o caso para a Corregedoria do IFMT no canal Fala BR. A Corregedoria do IFMT recomendou que o PAD fosse mantido arquivado e que deveria ser aberto uma sindicância investigativa contra os professores, a partir das denuncias da professora.

O reitor decidiu abrir contra os dois coordenadores e incluiu a professora.





URL Fonte: http://toquedealerta.com.br/noticia/45933/visualizar/