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POLÍCIA
Terça - 10 de Novembro de 2015 às 09:17
Por: G1 MT

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 O novo "Mapa da Violência", divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (9), mostrou que, em Cuiabá, a cada 100 mil mulheres, 6,6 foram vítimas de homicídio em 2013. A taxa coloca a capital mato-grossense na 14ª posição entre as capitais mais violentas para as mulheres no Brasil.

Além disso, Cuiabá está em 7º lugar entre as capitais que mais apresentaram crescimento desse tipo de crime de 2006 a 2013. A taxa de mortes de mulheres no estado cresceu 82,5% nesse período.

Os dados são os mais recentes sobre feminicídio no Brasil e mostram que, entre os estados, Mato Grosso também ocupa posição preocupante: está na 11ª posição no ranking, tendo registrado morte violenta de 5,8 mulheres a cada 100 mil em 2013. Naquele ano, 90 mulheres foram assassinadas no estado, mesma quantidade registrada no início da pesquisa, em 2003.

As maiores incidências de mortes violentas de mulheres em Mato Grosso foram registradas em 2004 e 2012, anos em que o estado chegou a registrar 99 casos dessa natureza.

Violência em números
No país, 4,4 mulheres foram assassinadas a cada 100 mil em 2003, enquanto que Mato Grosso ocupa a 3ª posição desse ranking, registrando 7 mulheres assassinadas a cada 100 mil, acima da média nacional nesse ano. O estado fica atrás apenas dos estados do Espírito Santo (8,6) e de Rondônia (7,2).

No entanto, entre 2003 a 2013, a morte violenta de mulheres caiu 16,6% a cada 100 mil no estado, passando de 7 para 5,8 mortes nesse período. Mato Grosso foi um dos sete estados que registraram queda desse tipo de crime no período, juntamente com Mato Grosso do Sul (-0,1%), Amapá (-5,3%), Rondônia (-11,9%), Pernambuco (-15,6%), Rio de Janeiro (-33,3%) e São Paulo (-45,1%).

 

Município com mais mortes
Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá, tem 15 mil habitantes. O município ficou em 43º lugar no país com 13,3 mortes de mulheres a cada 100 mil, de 2009 a 2013. “Os municípios com as maiores taxas de assassinato de mulheres são os de pequeno porte, muito espalhados ao longo do território nacional”, concluiu o estudo, que não registrou nenhuma capital entre os 100 municípios do país com as maiores taxas desse crime.

Vítimas por cor
O estudo destaca que, enquanto o número de mulheres brancas mortas caiu no país (-9,8%), o homicídio de mulheres negras vem crescendo (+54,2%). Em Mato Grosso, o número de assassinatos de mulheres brancas caiu 15,2% de 2003 a 2013. Com relação às mulheres negras, cresceu 15,1% no mesmo período no estado.

"Observando os estados, podemos conferir que, em 2013, Rondônia, Paraná e Mato Grosso lideram nos homicídios de mulheres brancas, com taxas acima de 5 por 100 mil", informa o estudo. Já Espírito Santo, Acre e Goiás são as unidades com maiores taxas de homicídio de negras, com taxas acima de 10 por 100 mil.

As taxas de homicídio de mulheres brancas no país caíram 11,9%: de 3,6 por 100 mil brancas, em 2003, para 3,2 em 2013. Em contrapartida, as taxas das mulheres negras cresceram 19,5%, passando, nesse mesmo período, de 4,5 para 5,4 por 100 mil.

 

De acordo com o estudo, essa distância relativa entre as taxas de vítimas brancas e negras é chamada de índice de vitimização negra, ou diferença percentual entre as taxas de homicídio de mulheres de ambos os grupos. “Vemos que o índice de vitimização negra, em 2003, era de 22,9%, isso é, proporcionalmente, morriam assassinadas 22,9% mais negras do que brancas. O índice foi crescendo lentamente, ao longo dos anos, para, em 2013, chegar a 66,7%", afirma o estudo.





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