Deputada lamenta rejeição da PEC que prevê cotas de vagas para mulheres no parlamento
Dep. Janaina Riva (Foto: Mauricio Barbant/ALMT) |
A deputada estadual Janaina Riva (PSD) lamentou que a Câmara dos Deputados tenha rejeitado na terça-feira (16/06) a proposta que estabelecia cota de 15%, para cada estado, de cadeiras efetivas no Legislativo para mulheres. O percentual estava definido na reforma política (PEC 182/0, do Senado). Foram 293 votos a favor do texto, mas o mínimo necessário era de 308. Houve 101 votos contrários e 53 abstenções.
"Sempre defendi que as mulheres deveriam ter uma quantidade mínima de vagas garantidas nos Parlamentos. Não adianta dizer que concorremos em condição de igualdade com os homens, porque não é verdade. Parimos, temos funções domésticas, além de, na maioria das vezes, atuarmos como o arrimo de família. Então, qual o incentivo que um mulher tem para entrar de verdade em uma disputa eleitoral, tendo com isso que deixar seus filhos e obrigações de casa? Essa é a realidade de Mato Grosso, que hoje só conta com uma deputada Estadual, nenhuma deputada Federal e nenhuma senadora. O que revela a necessidade de levantarmos essa bandeira", disse.
Janaina afirma que comprará essa briga na esfera estadual, para diminuir essas desigualdades. "Compro essa briga em nome de todas as mato-grossenses e estamos recebendo ideias e sugestões para diminuir essa inaceitável desigualdade. Por derradeiro, me comprometo a debater com meus pares a possibilidade de instituição de cotas nos cargos de direção da Administração Pública Estadual, como forma de fomentar a mudança de perspectivas", disse.
De acordo com a emenda defendida pela bancada feminina do Congresso, a cota seria escalonada e teria 10% na primeira legislatura, 12% na segunda, até atingir o total de 15% nos próximos 12 anos.
"Nada obstante a rejeição, o tema da participação feminina ainda está em voga e talvez seja o caso de pensarmos numa reforma legal que preveja mecanismos mais efetivos para diminuir a distância abissal entre homens e mulheres na política. Pesquisas realizadas por instituições internacionais especializadas em eleições e democracia revelam que o financiamento de campanha igualitário é a melhor maneira de aproximar a representação dos gêneros", finalizou.