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POLÍCIA
Terça - 26 de Maio de 2015 às 09:05
Por: Diário de Cuiabá

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 O Parque Ambiental Bernardo Berneck não oferece mais lazer aos moradores de Várzea Grande. Diante do problema, possíveis soluções foram debatidas ontem em uma audiência pública. Entretanto, a reutilização da área pela população deve demorar a acontecer, já que existe um impasse sobre quem vai administrar o local. 

Localizado na Avenida Júlio Campos, o parque de 280 mil metros quadrados está à mercê dos vândalos e usuários de droga, fato que já acontecia antes mesmo do seu total abandono. Em 2010, o governo estadual da época entregou de forma parcial a obra, 70% concluídos. De lá pra cá, nada aconteceu. Nem a prefeitura, nem o governo assumiram a responsabilidade do parque, construído no fundo da antiga madeireira Berneck, cujo dono leva o nome do espaço. 

Quem sofre com o impasse são os moradores da região, como é o caso do comerciante Mateus Magalhães. “Assim como as demais localidades da cidade, o parque reflete a falta de gestão. É um retrato fiel do abandono e afetou diversos moradores e comerciantes da região”, ressaltou. 

Mateus conta que costumava fazer caminhada no local, mas parou com a atividade no dia em que foi roubado. “Devido a meus problemas de saúde, caminhava cerca de 40 minutos todos os dias, mas agora não dá mais. Dentro do parque fui assaltado, levaram meu celular e relógio”, lembra. 

Além disso, seu carro que estava estacionado dentro do parque foi arrombado e os bandidos levaram o aparelho de som. “A presença de usuários de droga dentro do espaço se tornou um desconforto para a população”, concluiu. 

A insegurança também afastou Luzinete Feitosa da área. “Não tem como ficar lá, sabemos de relatos de mulheres que foram vítimas de abuso sexual, furto e outros tipos de violência, então, é melhor não arriscar”, disse. Segundo Luzinete, ela estava na audiência para contribuir com a discussão e entender o motivo de o parque ter sido esquecido pela administração pública. 

A intenção agora é de que o local seja revitalizado e volte a se tornar uma opção de lazer no município. Entretanto, para o deputado estadual Pery Taborelli, a doação da área que já havia sido feita de forma incompleta e precisa ser refeita. Conforme o presidente da Câmara Municipal, o vereador Jânio Calistro, medidas emergenciais devem ser tomadas no local, uma delas será cobrar da prefeitura a instalação de um posto da guarda municipal. “A segurança no parque é um dos pontos mais reivindicados, então, devemos começar por aí, deixar a população segura novamente para retomar as atividades dentro do espaço, vamos cobrar a prefeitura e trabalhar em conjunto”.

FANCHO

Enquanto a administração de Várzea Grande busca uma solução para a maior área verde da cidade, não muito distante dela, no Tanque do Fancho, a situação não é muito diferente. Apesar de a jardinagem estar em dia, nos 4.700 metros quadrados faltam investimentos na estrutura, que é pedida pelos usuários que lá correm, caminham e praticam esportes. “Não tem condições, tem dias que a gente caminha em meio à fumaça dos cigarros de maconha, já que os usuários consomem a droga aqui. Não há guardas, bancos e sequer lixeiras”, disse Lucilene Alves da Cunha, que caminhava por ali. 

Terezinha Espanholi compartilha da mesma opinião, mas lembra ainda que “falta senso” aos usuários do espaço. “Tem gente que trás o cachorro para passear, mas não recolhe as fezes e os deixam sem coleiras, colocando em risco quem está em volta”, disse. 

Para Valdiz Pereira, o esgoto aberto é um dos pontos negativos do local. “Tem o esgoto aberto, ele não foi sequer tampado, o mau cheiro impera aqui no fim do dia”, ressaltou. 

Sobre a revitalização do parque Bernardo Berneck, eles torcem para que aconteça, especialmente pela população que mora perto, mas para eles, a solução seria dar atenção ao Fancho. “A gente tem um carinho pelo local, precisa de melhorias e a gente tenta contribuir para isso, tem animais silvestres aqui que estão desaparecendo, um senhor costuma plantar mudas aqui, mas são retiradas pelo município, fica difícil”, finalizou o grupo, antes de dar continuidade à caminhada.





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