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POLÍCIA
Quarta - 25 de Março de 2015 às 09:46
Por: Folhamax

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 O empresário Pérsio Briante, uma das testemunhas de acusação do Ministério Público do Estado (MPE) no processo que ficou conhecido como  escândalo dos maquinários, disse à Justiça em depoimento que as empresas que venceram a licitação tiveram que fazer acordo de pagamento de propina, no valor de 10% da venda, para custerar despesas de campanha de 2010. A ação corre na 7ª Vara Criminal de Cuiabá e tem 13 réus. A propina teria sido pedida pelo ex-secretário de Infraestrutura (Sinfra), Vilceu Marchetti, já falecido. 

As fraudes teriam ocorrido em 2010, quando o governo do estado comprou 408 caminhões e 297 máquinas pra recuperação e manutenção de estradas, como parte do programa Mato Grosso 100% Equipado. Uma investigação apontou indícios de superfaturamento de R$ 44 milhões na compra dos maquinários, que custaram aos cofres públicos R$ 241 milhões.

O depoimento de Briante, que deveria ter ocorrido na segunda-feira (23), durou quase duas horas. O empresário disse que forneceu 95 caminhões ao governo do estado na época e que a empresa dele, a Extra Caminhões, conseguiu ganhar o processo licitatório porque fez um acordo de pagamento de propina, intermediado por Silvio Scalabrin, que também é réu no processo. O advogado de Scalabrin, Fabiano Rabaneda, contestou as acusações.

Briante negou que as máquinas que vendeu ao estado estivessem superfaturadas. E disse que concordou em em participar da licitação fraudulenta para não perder a venda. "Eu me sujeitei a deixar rolar e vender. Como que eu ia perder uma dessa?", disse. O empresário negou que estivesse disposto a pagar os 10% de propina, mas afirmou que deu a entender que iria.

Questionado pela juíza Selma Rosane Santos Arruda se enganou o então secretário Marchetti, Briante respondeu que sim. "Enganar o Vilceu era uma alegria para todos nós", declarou.

O empresário, que é dono de um jornal cuja sede fica na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, contou que foi perseguido pelo governo nos últimos anos, tendo sofrido intimidações e ameaças. Disse ainda que teme pela própria vida. "Veja o que aconteceu com o Vilceu [Marchetti]", declarou. Marchetti foi morto em 2014 numa fazenda. A Polícia Civil concluiu que o crime foi passional, cometido porque a vítima teria assediado a mulher de um funcionário da propriedade rural.

Nesta terça-feira, outras cinco pessoas foram ouvidas na Justiça Estadual no processo. As audiências seguem até a próxima sexta-feira (27).

Entre as 13 pessoas denunciadas pelo Ministério Público, estão o ex-secretário de Administração, Geraldo de Vito, um servidor público e mais dez pessoas, donos de empresas que forneceram os caminhões e máquinas. Vilceu Marchetti também era réu. Na esfera federal, foram condenados Marchetti e Geraldo de Vitto. Maggi e Éder Moraes, que também eram réus, foram absolvidos.





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