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POLÍTICA
Terça - 17 de Março de 2015 às 09:56
Por: Diário de Cuiabá

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 Além do governo Dilma Rousseff (PT), as manifestações de domingo (15) também colocaram em xeque a atuação do Congresso Nacional, que tem evitado encarar os debates das reformas que são necessárias para o país. Apesar de opiniões divergentes acerca das reformas, os deputados de Mato Grosso concordam que os parlamentares precisam avaliar os protestos e dar uma resposta à sociedade. 

Já como reflexo do movimento ocorrido em 2013, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), assumiu e já criou uma comissão especial para debater a reforma política. O deputado federal por Mato Grosso, Nilson Leitão (PSDB), que lidera a oposição no Estado, acredita que até maio o relatório deva ser concluído e já poderá ir para plenário ser votado. 

A demora na tramitação deve-se aos ritos que devem ser cumpridos, seguindo o regimento interno. Porém, o coordenador da bancada de Mato Grosso, deputado Ezequiel Fonseca (PP), que está no primeiro mandato, afirma que quando o Congresso quer toma as posições rápidas. Ele ressalta ainda que todos os parlamentares devem fazer uma profunda análise das manifestações de domingo, que deixam clara a insatisfação com a classe política e não apenas com o governo federal e com a presidente Dilma Rousseff (PT). 

Já o deputado Ságuas Moraes, único petista eleito para Câmara federal nesta legislatura, analisa que a principal pauta de reivindicação está relacionada ao combate à corrupção e coloca reforma política no centro do debate. Para ele, se o Congresso fizer uma avaliação correta dos movimentos irá pleitear a realização de um plebiscito para a questão da reforma política. A Constituinte exclusiva, proposta inclusive pela presidente Dilma Rousseff (PT), o parlamentar acredita ser mais difícil de ocorrer por questões até mesmo jurídicas, mas não descarta. 

Ságuas analisa que a comissão especial criada analisa uma Proposta de Emenda Constitucional que ainda não atenderia a demanda da população, sendo mais uma medida paliativa transformada em minirreformas, como já ocorreu em outras ocasiões. Na sua opinião, poderia ser uma caminho aprovar algo mais emergencial como o fim do financiamento privado de campanha, fim da reeleição, com validade já para próxima eleição, mas a discussão teria de continuar levando em consideração a realização de um plebiscito. O petista adianta ainda ser contrário ao voto distrital. 

Leitão também destaca a necessidade de que existe boa vontade por parte dos parlamentares. Destaca ainda que as demoras nas votações de reformas como a política, tributária, previdenciária e outras que estão há décadas, deve-se ao momento. Para ele, não dá para fazer essas comparações, porém, é preciso encarar tudo isso agora e o tucano acredita que é possível votar a reforma política ainda este ano e a tributária deverá ser colocada para discussão. 

Bastante crítico ao governo federal, ele critica as medidas adotadas pela presidente por ter mentido para sociedade e enganado a população, alegando que não tomaria medidas que atingissem o trabalhador e já enviou duas medidas provisórias que atacam diretamente os direitos trabalhistas. 

Quanto à reforma política, Leitão defende o fim da reeleição com mandato de cinco anos, mas é contrário ao financiamento 100% público. Ele defende que as empresas tenham o direito de contribuir, desde que não tenham contratos com o governo e apoia ainda uma rigorosa fiscalização por parte da Justiça Eleitoral. Para ele, o modelo de financiamento proposto pela PT só facilita ainda mais a execução de caixa 2 para as campanhas, a exemplo do que ocorreu no caso da Petrobras. Ezequiel que está na base tem alguns posicionamentos diferentes, mas ainda assim, defende que o governo federal passe a cortar na própria pele, reduzir gastos, por exemplo, e faça uma reflexão sobre as manifestações. 

Por outro lado, com relação à reforma política, o progressista defende o fim da reeleição, mas com mandato de seis anos. Apoia o financiamento público e a redução dos custos das eleições, com a possibilidade de unificação do processo eleitoral, ocorrendo simultaneamente eleições que vão de vereador a presidente. Porém, com datas de posses diferenciadas. Apesar das divergências de opiniões entre os parlamentares de Mato Grosso, Ezequiel acredita que a bancada do Estado estará aliada para votar as reformas necessárias e atender a demanda da população que tem ido às ruas desde 2013 exigir mudanças. 





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