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POLÍCIA
Segunda - 09 de Março de 2015 às 07:51
Por: Da Redação TA c/ Assessoria

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 As mulheres já não são a minoria na Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso e estão presentes nas delegacias de polícia, em cargos de chefias e de diretoria. Desde os últimos concursos, o quadro de policiais femininas na instituição mudou bastante, passando as mulheres a representarem 34% do efetivo total da Polícia Civil, o equivalente a 1.018 mulheres, sendo 40 delegadas, 414 escrivães e 564 investigadoras de polícia.

Muitas dessas policiais mulheres estão à frente de delegacias importantes da Capital e do interior e ocupando cargos de diretoras, como no caso das delegadas Maria Antonia Soares, Maria Alice Barros Martins Amorim, e Alana Derlene Sousa Cardoso, que chegaram ao topo da carreira, assumindo diretorias no comando da Polícia Civil de Mato Grosso.

A diretora do Interior, delegada Maria Antonia Soares, é responsável pela coordenação de todas as unidades do interior do Estado, sendo 14 Delegacias Regionais que estão ligadas a mais de 150 unidades instaladas nos polos do interior e a grande maioria sob a titularidade de homens. "As mulheres hoje são escolhidas para ocupar cargos pela competência, qualidade do trabalho e forma de administrar, sem aquela imposição. Foi muito elogiado o fato de termos três mulheres diretoras, escolhidas em razão do nosso trabalho", disse a diretora.

Com 24 anos de Polícia Judiciária Civil, mãe de dois, a diretora Maria Antônia tem muitas histórias para contar sobre a carreira, predominada por homens. Para a delegada, já de "cara" ir para lugares longínquos do Estado foi um desafio enorme para sua permanência no cargo. "As pessoas não estavam acostumadas e achavam estranho o fato de ter mulher na polícia", destacou. "Juína era uma região de garimpo muito forte, que tinha muitas mortes, tentativa de homicídios, várias pessoas de fora e surto de malária. As dificuldades foram imensas", completou a delegada que contraiu malária e ficou à beira da Norte.

Elegância é a marca da diretora de Execuções Estratégicas, delegada Maria Alice Barros Martins Amorim, que saiu do Estado de Goiás para ingressar na Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, no ano de 1997. Sua primeira delegacia foi na cidade de Nova Xavantina e lá foi chamada de "menina" por muitos que chegavam procurando a delegada de polícia. "Sofri preconceito simplesmente por ser mulher exercendo a profissão de delegada de polícia", revelou.

Para Maria Alice, que atuou na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública, onde coordenou operações de repercussão nacional, e como delegada titular da Delegacia Especializada do Meio Ambiente deixou sua contribuição na repressão aos crimes ambientais, ser convidada para assumir um cargo de diretoria, ainda mais sendo este o "coração administrativo" da PJC, é um reconhecimento por tudo o que já passou.

"Hoje fazer a gestão de toda a parte administrativa da Polícia Civil está sendo um desafio e já é uma realização muito grande. Busco todos os dias apresentar um trabalho que corresponda a expectativa dos que confiaram a mim esse cargo, pois sou o reflexo daqueles profissionais que com sua experiência e amor me ensinaram a amar à polícia", afirmou.

A delegada Alana Cardoso é a primeira mulher a dirigir a Diretoria de Inteligência da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso. Desde janeiro de 2015, está com a missão de liderar toda a atividade de inteligência da instituição. Sob seu comando estão duas coordenadorias, sendo uma de inteligência e outra de inteligência tecnológica, núcleo com pessoas treinadas para operações de inteligência, e todo o sistema de inteligência da Polícia Civil. "É um desafio, sobretudo, porque minha carreira é marcada por atividades operacionais e talvez, por isso, o grande desafio é fazer com que a inteligência atenda a todos os membros da Polícia Civil".

A delegada, que também já prendeu muitos criminosos quando estava na Delegacia Fazendária e por último na Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), onde também levou à prisão grandes traficantes, conta que no início da carreira se masculinizou para impor respeito, algo que hoje já não é mais necessário, pois a carreira policial exerce certo "fetiche" e cada vez mais vem sendo procurada pelas mulheres.

"Temos mulheres à frente de importantes unidades e somos só 20% do total de delegados. Completei 13 anos de polícia e hoje observo que podermos ser mulher nas forças policiais e se vangloriar". 




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