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POLÍCIA
Terça - 29 de Julho de 2014 às 21:44

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As investigações conduzidas pelo delegado Luiz Henrique Damasceno comprovaram três repasses aos servidores públicos
As investigações conduzidas pelo delegado Luiz Henrique Damasceno comprovaram três repasses aos servidores públicos
Um empresário de Cuiabá e dois ex-servidores da Prefeitura do município de Campo Novo dos Parecis (396 km a Noroeste) foram indiciados por desvio de parte do dinheiro da obra de construção de uma creche, na cidade.

As investigações da operação denominada "Minerva" - símbolo da engenharia -, iniciaram há 10 meses, com denúncia de desvio de dinheiro de obra pública.

O empresário Bartolomeu Alonso de Arruda, dono da Beta Empreendimentos, Construções e Serviços LTDA, foi indiciado por corrupção ativa e o ex-secretário de Infraestrutura de Campo Novo do Parecis, José Carlos de Musis e sua assessora, Marisa da Silva Thomas, por corrupção passiva.

O ex-secretário, que até o dia 5 de junho tinha vínculo com a Prefeitura de Campo Novo do Parecis, e assessora dele, que também foi desligada do cargo, receberam juntos R$ 80 mil.

As investigações conduzidas pelo delegado Luiz Henrique Damasceno comprovaram três repasses aos servidores públicos, todos efetuados pelo dono da construtora. Conforme o delegado, um depósito de R$ 30 mil foi feito na conta da empresa Templo Locadora, de propriedade do irmão do então secretário. Outro depósito de R$ 25 mil entrou na conta corrente da assessora e um terceiro pagamento de R$ 25 mil, feito no ano de 2012, durante o período eleitoral.

Para encobrir o desvio da verba de construção da unidade escolar infantil, com custo previsto de R$ 902.014, 26 mil, iniciada em 2 de setembro de 2012 e término previsto para 2 de janeiro de 2013, os servidores em comum acordo com empresário desviaram materiais comprados pela Prefeitura destinados a outras obras no município, para a construção da creche, que devia ser toda executada com o recurso do Governo Federal e do município, pela construtora Beta Empreendimento, ganhadora da licitação.

"Os materiais não foram usados para os fins devidos e foram entregues na obra, que até agora não foi finalizada", disse o delegado. "O empresário deveria arcar com tudo e não usar material da Prefeitura como forma de justificar o repasse indevido", completou.

A obra de construção da creche foi paralisada durante as investigações e retomada recentemente após rescisão do contrato com a construtora de Cuiabá e nova licitação.

Em interrogatório, a assessora confirmou que recebeu o dinheiro a mando do secretário e que usou parte do valor para pagar um produtor de evento. Ela alega que não ficou com nenhuma parte dos R$ 25 mil depositados  em sua conta bancária. No entanto, a Polícia Civil também confirmou que ao longo de dois anos a assessora teve R$ 240 mil movimentados na conta, fora os proventos que recebia como funcionária da Prefeitura.

O empresário, por meio de um representante, confirmou os depósitos. Ele não soube explicar porque os materiais foram entregues na obra. Já o ex-secretário negou os fatos e declarou não ter nenhum tipo de relacionamento com o dono da construtora.

Segundo delegado Luiz Henrique esse é o terceiro inquérito envolvendo o ex-secretário e o segundo com a assessora, todos relacionados a obras públicas. Os casos já foram finalizados.

O inquérito policial da operação "Minerva" será enviado à Justiça nesta semana.






URL Fonte: http://toquedealerta.com.br/noticia/11330/visualizar/