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JUSTIÇA
Sexta - 04 de Julho de 2014 às 06:42
Por: Mídia News

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O advogado Paulo Lessa, que defende Eder Moraes
O advogado Paulo Lessa, que defende Eder Moraes

Após ser ouvido por mais de seis horas pela Justiça Federal, em Cuiabá, o empresário Júnior Mendonça, da rede Amazônia Petróleo, confirmou todas as acusações feitas sobre um suposto esquema de lavagem de dinheiro público em Mato Grosso.

Ele é o principal investigado da Polícia Federal, na Operação Ararath, e fez um termo de delação premiada com o Ministério Público Federal.


Durante a audiência realizada pelo juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara da Justiça Federal, o delator detalhou fatos relacionados aos réus Luiz Carlos Cuzziol, superintendente do Bic Banco no Estado; o ex-secretário adjunto de Fazenda, Vivaldo Lopes; o ex-secretário de Estado Eder Moraes e sua esposa, Laura Tereza da Costa Dias.


Preso preventivamente desde o dia 20 de maio passado, no Complexo da Papuda, em Brasília (DF), Eder acompanhou a sessão por meio de videoconferência.


O advogado Paulo Lessa, que faz a defesa do ex-secretário, afirmou que apenas Júnior Mendonça foi ouvido. A demora da audiência, segundo ele, se deveu ao número de perguntas feitas pelo Ministério Público e pela defesa dos réus.


“O Júnior descreveu fatos que envolviam o Eder, no contexto das factorings. Não posso dizer que meu cliente seja inocente. É muito cedo para falar. Até gostaria de tê-lo em liberdade, para poder fazer uma defesa técnica melhor. Essa dificuldade de falar com ele cria uma dificuldade para a defesa também”, afirmou.


Já os advogados Marden Tortorelli, que defende a esposa de Eder, e Ulisses Rabaneda, que defende Vivaldo Lopes, acreditam que o depoimento do delator inocentou os réus.


“Ele reafirmou o que a defesa vem alegando, que na verdade não tinham feito transação comercial. Mas, vamos decidir mais na frente, qual o seguimento da linha de defesa”, disse Tortorelli.


Já Rabaneda disse que Júnior Mendonça confirmou que o dinheiro depositado na conta de Vivaldo seria para cobrir despesas do Mixto Esporte Clube.


“Ele afirmou que os depósitos na conta da empresa Brisa Consultoria foram referentes às questões do Mixto Esporte Clube, porque o Vivaldo teve envolvimento nas finanças do time. E isso demonstrado fica descaracterizado qualquer crime”, explicou.


Conforme os extratos bancários, Júnior Mendonça transferiu, de janeiro a março de 2010, R$ 520 mil para a empresa de Vivaldo Lopes, divididos em seis depósitos.


A defesa pediu uma perícia contábil nas contas de Vivaldo Lopes.

Audiência

O juiz Jefferson Schneider marcou para o próximo dia 24 de julho uma nova audiência onde serão ouvidas as testemunhas de defesa dos réus.


De acordo com Paulo Lessa, seis testemunhas de Eder foram arroladas no processo. A defesa de sua esposa também arrolou outras seis testemunhas.


De acordo com os advogados, a previsão é de que essa nova etapa dure quatro dias.


Segundo o advogado Huende Rolim, Júnior Mendonça "cumpriu seu papel" e não participará das próximas audiências.


“Acontece que ainda existem investigações sigilosas, e não podemos nos manifestar sobre esse assunto. Referente a esse processo, ele já foi ouvido, já prestou os esclarecimentos. Então não tem mais o que acontecer nesse processo especifico”, disse.


A operação

A Operação Ararath, que está na 5ª fase, foi deflagrada em 2011, visando desarticular um suposto esquema de lavagem de dinheiro, corrupção e crimes contra o sistema financeiro em Mato Grosso.

A PF estima que os integrantes do esquema movimentaram, desde 2006, mais de R$ 500 milhões.


Segundo as investigações, o grupo investigado utilizava-se de empresas de factoring (fomento mercantil) como fachada para concessão de empréstimos a juros a diversas pessoas físicas e jurídicas no Estado.





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