Toque de Alerta - toquedealerta.com.br
JUSTIÇA
Sábado - 07 de Junho de 2014 às 16:20
Por: Gazeta Digital

    Imprimir


Polícia Civil destaca que a fraude ocorreu na gestão de José Neves, hoje afastado do cargo pela Justiça por 90 dias
Polícia Civil destaca que a fraude ocorreu na gestão de José Neves, hoje afastado do cargo pela Justiça por 90 dias
A prisão do secretário municipal de Agricultura de Chapada dos Guimarães, Joel Santos de Souza Neves, irmão do prefeito afastado, José de Souza Neves (PSDB), agravou ainda mais a crise política que o município enfrenta. São várias denúncias de irregularidades que já resultaram, inclusive, no afastamento do tucano por 90 dias por determinação judicial em ação movida pelo Ministério Público Estadual (MPE.

Na semana passada ele conseguiu se livrar de uma cassação de mandato na Câmara de Vereadores e à ocasião, o presidente do Legislativo, Carlos Eduardo de Lima Oliveira, o Carlinhos (PT), disse que existiam outras denúncias graves que seriam averiguadas.


Agora, com a prisão de 3 servidores da Prefeitura, incluindo o irmão do prefeito, o petista diz que é mais um fato que confirma as irregularidades na gestão de José Neves. “Os gestores fazem isso para ficar mais fácil para fazer coisa errada e a prova está aí agora”, completou Carlinhos levantando suspeitas de que o prefeito já teria conhecimento do envolvimento do secretário de Agricultura nas fraudes em notas fiscais que resultaram nas prisões. “Não vamos desistir da cassação dele, vamos ver quem está do lado do povo. Durante esse 1 ano e 5 meses de gestão ocorreram várias coisas escandalosas e quem sofre com isso é o município”, afirmou o presidente.

Entre os presos pela Polícia Civil nesta sexta-feira (6) estão ainda a chefe do setor de licitações da Prefeitura, Leila Aparecida de Oliveira, a servidora Maria Tânia dos Santos e a empresária Miraci Teles, dona do Supermercado Suprilar. Leila é esposa do vereador Ailto Fernandes de Oliveira (PSD), conhecido por "Berimbau", que por sua vez está afastado da Câmara, pois está no comando de uma secretaria. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na Secretaria de Finanças da Prefeitura, onde os policiais apreenderam 8 computadores e documentos.

As investigações conduzidas pelas 2 delegacias, a de Chapada e a Fazendária de Cuiabá, apontam fraudes no uso de notas fiscais superfaturadas para pagamento de produtos alimentícios e de limpeza que eram adquiridos pelo município. mSegundo as investigações, as notas relacionam quantidades absurdas, como a compra de 17 toneladas de arroz e 25 mil litros de detergente, cujos pagamentos foram feitos pela Prefeitura e nos depósitos encontrados poucos itens. De março de 2013 a fevereiro de 2014 foram relacionados mais de R$ 600 mil, em notas superfaturadas e os valores empenhados. A fraude, segundo a Polícia Civil, ocorreu na gestão do prefeito afastado, José Neves.


De acordo a Polícia, os presos vão responder pelos crimes de peculato, corrupção ativa, crime contra ordem tributária e quadrilha. Todos foram transferidos para Cuiabá e ficarão no Centro de Detenção Provisória. Os mandados foram expedidos pela juíza Silvia Renata Anffe Souza, da 1ª Vara de Chapada dos Guimarães e cumpridos na última sexta-feira (6) pela Delegacia Fazendária com o apoio do delegado de Chapada, Bruno Lima Barcellos.

Conforme o Gazeta Digital apurou, as denúncias de irregularidades nas licitações que apontam para um conluio dos servidores com a dona do mercado chegaram primeiramente à Câmara Municipal de Chapada. "É muito desvio de dinheiro nessa prefeitura", disse uma fonte parlamentar do Legislativo Chapadense que pediu para não ter o nome divulgado.

Ela disse à reportagem que Leila, a esposa do vereador, é responsável por assinar as ordens de compras para todas as secretarias municipais e estaria envolvida nas fraudes. O irmão do prefeito afastado, de acordo com a fonte, é secretário municipal de Agricultura e também seria chefe de gabinete na Prefeitura. Em seu perfil no Facebook consta a informação de que ele trabalha na Prefeitura de Chapada dos Guimarães.


Na última terça-feira (3) um pedido de cassação do mandato do prefeito José Neves foi arquivado pela Câmara porque precisava de 8 votos, mas somente 7 vereadores votaram pela cassação. Ele corria o risco de perder o mandato, sob acusação de descuidar do bem público e descumprir preceitos legais descritos no Decreto-Lei número 201 de 1967 que dispõe sobre a responsabilidade de prefeitos e vereadores.


Segundo o presidente da Câmara, novos processos contra o prefeito serão abertos, pois ainda há muita coisa para se investigar. Questionado sobre um possível caso de nepotismo pelo fato do irmão do prefeito trabalhar na Prefeitura, Carlinhos declara que mesmo a Câmara achando errado, tem que respeitar, pois quando se trata de cargo político, não é considerado crime. O prefeito José Neves foi procurado pela reportagem, mas estava com o celular desligado.

 





URL Fonte: http://toquedealerta.com.br/noticia/11717/visualizar/