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POLÍCIA
Terça - 11 de Março de 2014 às 14:00

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A vítima recebeu alta da clínica por volta das 13h15, do mesmo dia que foi internada, e morreu no dia 8 de março.
A vítima recebeu alta da clínica por volta das 13h15, do mesmo dia que foi internada, e morreu no dia 8 de março.
A Delegacia da Polícia Judiciária Civil de Sorriso (420 km ao Norte) instaurou inquérito policial para apurar crime de homicídio culposo, supostamente praticado por um médico cirurgião plástico e uma enfermeira plantonista, que teriam sido omissos em prestar socorro a uma mulher que passou por cirurgia de implante de silicone nos seios, na manhã do dia 28 de fevereiro. A vítima Viviany Souza Romeiro Lauterer, 25 anos, recebeu alta da clínica por volta das 13h15, do mesmo dia que foi internada, e morreu no dia 8 de março.

Em depoimento, a irmã da vítima contou que após receber alta hospitalar, Viviany para casa ainda meio sedada, mas conversava, e que não percebeu nada irregular até ela começar a passar mal. À irmã da vítima também contou que antes de Viviany deixar a clínica, uma enfermeira disse que ela poderia sentir algum desconforto ao respirar e foi orientada fazer alguns exercícios. A enfermeira também deixou o número do celular do plantão da clínica.

Ao chegar em casa, a irmã reclamou que estava com dificuldade de respirar e que seu corpo estava quente. Ela teria passado o resto do dia reclamando de falta de ar. A irmã da vítima também informou que ligou por volta das 23h42 para a clínica, por duas vezes, e somente foi atendida na terceira vez, às 01h13, pela enfermeira plantonista e foi orientada a tomar alguns procedimentos, como afrouxar as ataduras e dar o medicamento prescrito pelo médico. Mas a Viviany continuou a reclamar de dores e começou a vomitar, quando tentou ligar novamente para a enfermeira e somente conseguiu ser atendida às 05 horas da manhã, e disse que iria levar a irmã à clínica naquele momento, mas a enfermeira informou que era impossível de prestar atendimento naquela hora e que a clínica somente abriria às 7h30, porém, só estaria no trabalho às 8 horas.

A enfermeira chegou a informar que não adiantaria levar a paciente para a clínica, pois somente tinha dois leitos e que estariam reservados para cirurgias que ocorreria pela manhã. Por volta das 06h30, a irmã ligou novamente para enfermeira cobrando retorno, quando ela informou que já estava na clinica. A irmã, então, colocou Viviany no carro e seguiu para a clínica. Mesmo lá teve dificuldades de ser atendida. De acordo com as declarações, o médico somente teria chegado à clínica depois das 8h.

O delegado Thiago Dasmaceno informou que a  clínica não dispunha de ambulância e nem de equipamentos necessários para prestar socorro à vítima. Uma unidade do Corpo de Bombeiros teve que ser acionada para transportar a vítima até o Hospital Regional, onde foi internada em um leito de UTI. Equipamentos de primeiros socorros, como desfibrilizador, do Corpo de Bombeiros chegaram a ser usados para socorrer a paciente na clínica, que também não tinha equipamento para realizar exame de Raio-X.

No dia 8 de março, Viviany teve uma parada cardíaca e faleceu. A Polícia Civil aguarda laudos periciais e outras informações técnicas para ouvir o médico e a enfermeira. O delegado já colheu depoimentos de familiares e deve concluir as investigações dentro do prazo de 30 dias.





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