Wallace agora é prefeito de Várzea Grande, toma posse pedindo socorro para máquina pública
Prefeito de Várzea, Grande Walace Guimarães (PMDB), empossado na manhã de terça-feira (01) como novo gestor do segundo maior município de Mato Grosso, 255.448 habitantes (Censo/IBGE), anunciou pedido de apoio aos governos do Estado e federal para "socorrer" a máquina pública. Nesta semana, ele busca audiência com o governador Silval Barbosa (PMDB), com plano de assegurar no mínimo, R$ 20 milhões para obras de asfaltamento e recapeamento das ruas da cidade. Walace admite "parcelar" o pagamento da folha dos servidores de dezembro, de R$ 12 milhões e parte do 13 salário, pendente, diante das dificuldades do caixa público.
O prefeito confirmou sua força política junto à Câmara Municipal, com a eleição do vereador Waldir Bento da Costa, do mesmo partido, para à presidência do Legislativo em mandato de 2 anos. A solenidade de posse do prefeito, do vice-prefeito, Wilton Coelho (PR) e dos 21 vereadores, foi realizada no Hotel Hitz Pantanal, no município. Cerimônia contou com grande participação popular, com representantes da Assembleia Legislativa, como o deputado Emanuel Pinheiro (PR) e do governo, por meio do secretário-adjunto da Casa Civil, Benedito Pinto.
Os 13 votos que asseguraram a Waldir seu comando, alterando o projeto de continuidade de gestão através do reeleito, Wanderley Cerqueira (PSD), provocam reação das cúpulas do PSD e do DEM. Presidente do diretório municipal do PSD, ex-prefeito Tião da Zaeli e o presidente do partido no Estado, vice-governador Chico Daltro, acentuam ações internas para validar pedido de expulsão dos 3 representantes da bancada que votaram contrários às orientações do partido: o primeiro-secretário, Maninho de Barros; o segundo vice-presidente, Pedro Paulo Tolares e Chico Curvo. Representante jurídica do PSD anotou na solenidade os votantes contrários. O mesmo procedimento é adotado pelo DEM do senador Jaime Campos.
A bancada, com 3 integrantes, votou integralmente com a chapa de Waldir. Walace comemorou o resultado, ciente de que o comando do PMDB no Legislativo deverá facilitar entendimentos e aprovação de mensagens do Executivo que estão em fase de elaboração.
Ao avaliar os principais gargalos da cidade, o prefeito frisou novamente a crise na saúde, problemas relacionados ao sistema de transporte e ainda em relação à infraestrutura. Destacou que pedirá reunião com diretores da empresa União Transportes, para tentar acordo que possibilite melhoria da qualidade dos serviços oferecidos aos usuários do sistema. Disse que pedirá apoio a empresa detentora das obras do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) para rever quadro de obras na cidade, com extensão nas ruas e avenidas.
Walace conclamou a população para realizar "um pacto por Várzea Grande". Mas avisou que milagre não é possível. "Eu nunca prometi fazer milagres. Vamos realizar uma evolução, mas dentro das possibilidades de um gestor que quer mudar o município, e vamos pedir apoio de todos para isso".
A dívida da prefeitura, segundo Walace, é de R$ 406 milhões, principalmente com o Grupo Rede Cemat, R$ mais de R$ 100 milhões, e junto ao INSS - previdência social. O gestor promete reduzir os gastos, iniciando novas demissões sobre o quadro de servidores comissionados e contratados. Ele disse não ter certeza de que poderá quitar a folha salarial de dezembro, por isso a proposta de parcelamento da folha que discutirá com funcionários.