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JUSTIÇA
Sexta - 14 de Dezembro de 2012 às 13:47
Por: Gazeta Digital

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O ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (CNIT), Luiz Antônio Pagot, prestou depoimento na manhã de hoje (14), na sede da Polícia Federal, em Cuiabá.

Na condição de vítima, ele foi ouvido por mais de uma hora. Pagot teve os dados pessoais violados por uma quadrilha desmantelada pela PF na operação “Durkheim”.

Na saída, afirmou que percebeu que era monitorado desde sua saída do DNIT, no começo do ano passado. “Mas sempre que fui ameaçado, comuniquei o fato à PF, para garantir que o fato fosse investigado”.

Segundo as investigações da PF de São Paulo, que comanda as investigações, a violação ocorreu às vésperas do depoimento de Pagot na CPMI do Cachoeira. “Com certeza tentaram encontrar informações para me intimidar”. A CPMI apura o envolvimento do contraventor Carlinhos Cachoeira com a empresa Delta e políticos de vários estados.

Um dos indícios de que era alvo da quadrilha especializada em obter, de forma clandestina, informações é o fato de que Pagot foi comunicado pelo servidor que hospedava seu endereço de email de que a conta seria desativada. “Me disseram que isso iria ocorrer porque os servidores registraram várias tentativas de acesso não permitido, de muitos computadores diferentes”.

Além do endereço eletrônico de Pagot, os criminosos buscaram quebrar o sigilo telefônico e também o sistema Infoseg, que congrega informações policiais e judiciais de todo o Brasil.

O ex-diretor do DNIT destacou que não sabe exatamente quem contratou os “arapongas” para a invasão clandestina, mas fez uma análise. “Isso tem um custo muito elevado, não é algo barato. Quem fez isso tem muito dinheiro e tinha muito interesse em saber detalhes da minha vida”.

Ele pretende cooperar com as investigações e já constituiu um advogado, que participará da audiência do processo, marcada para o próximo dia 17, em São Paulo. “Faço questão de saber quem são essas pessoas. Acredito na Polícia Federal e sei que eles vão até o fundo nessa investigação”.

O inquérito, comandado pela PF de São Paulo, já indiciou 65 pessoas pelos crimes de violação de sigilo, interceptações telefônicas clandestinas e crimes contra o sistema financeiro, corrupção e formação de quadrilha, dentre outros.

Além de Pagot, políticos e empresários, como o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), foram alvo da quadrilha, que negociava os dados com diversas pessoas, interessadas nos dossiês.

Atualmente, Pagot trabalha como consultor de uma empresa de logística de transporte em Mato Grosso, a Cianport.





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