Soldados do Gefron acusados de roubo são expulsos da corporação
Dois policiais militares do Grupo Especial de Fronteira (Gefron) foram expulsos da corporação a bem da disciplina. Os soldados Mário Márcio Teixeira e Clayton Alves Amorim são acusados de terem roubado R$ 9,7 mil do passageiro de um ônibus na BR-070. Além de levarem o dinheiro, os policiais, em companhia do ex-soldado Benedito Ramos, espancaram a vítima, identificada como Gilbert Alberto Olbrischi. O caso foi registrado em junho de 2004.
Gilbert foi retirado do ônibus, durante averiguação de rotina. Após a localização dos quase R$ 10 mil, foi colocado em uma viatura, levado para um local ermo e espancado. Depois de levar chutes e socos dos policiais, foi solto, mas alertado que não deveria procurar a Justiça, “caso contrário, eles iriam até o inferno para matá-lo”. Parte do dinheiro tirado da vítima foi encontrada na casa do irmão de Ramos.
Os policiais justificaram a ação com o fato de que acreditavam que o dinheiro seria usado para a compra de drogas. Eles disseram que não registraram a apreensão do dinheiro para tentarem prender o suposto traficante que venderia a droga. Ao denunciar o crime, Gilbert explicou que o dinheiro era uma parcela da compra de um imóvel.
Amorim foi diagnosticado, um ano depois do crime, como portador de esquizofrenia catatônica e incapaz permanentemente de exercer qualquer função pública. Por isso, foi transferido para a reserva, recebendo salários. No entanto, durante a apuração, foi constatado que na época em que participou tanto do espancamento quanto do roubo não possuía nenhum problema de saúde e sabia exatamente o que fazia.
Com a expulsão, o agora ex-soldado, perdeu o direito à aposentadoria que recebia desde 2009. A decisão de expulsar os 2 policiais foi assinada pelo comandante geral da PM, Osmar Lino Farias, e publicada na edição do Diário Oficial que circula hoje. No despacho, o coronel ressalta que o trio feriu frontalmente 8 artigos do Estatuto da Polícia, além de terem infringido valores éticos e morais. Ramos, o terceiro envolvido com o crime, foi expulso há cerca de 1 ano.