Toque de Alerta - toquedealerta.com.br
POLÍCIA
Quarta - 25 de Abril de 2012 às 10:32

    Imprimir


O ex-diretor da construtora Delta Claudio Abreu, acusado de integrar um esquema de exploração de jogos ilegais comandado pelo bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na manhã desta quarta-feira em Goiânia. A prisão ocorreu durante a operação Saint Michel, deflagrada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, em conjunto com a Polícia Civil do DF.

Entenda o caso Cachoeira, o bicheiro que abalou o Brasil

A ação é um desdobramento da Operação Monte Carlo, realizada pela Polícia Federal (PF) em fevereiro, na qual Cachoeira foi preso. Além de Abreu, foi preso nesta quarta-feira o vereador de Anápolis (GO) Wesley Silva (PMDB). Foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão nos municípios de Brasília, São Paulo, Anápolis e Goiânia, expedidos pela 5ª Vara Criminal de Brasília. Os presos serão levados à capital federal ainda hoje.

Claudio Abreu era diretor regional da Delta no Centro-Oeste e foi afastado da empresa em março, segundo a construtora, após as denúncias de que seria o braço direito de Cachoeira. Após o afastamento, a empresa instalou uma auditoria no escritório, sediado em Goiânia.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir ouros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.






URL Fonte: http://toquedealerta.com.br/noticia/17122/visualizar/