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POLÍCIA
Quarta - 21 de Março de 2012 às 11:00

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PJC/MT
A Delegacia Especializada do Meio Ambiente, da Polícia Judiciária Civil, vai indiciar sete pessoas em crimes estelionato, falsificação de documentos, receptação, fabricação e transporte em desacordo com a legislação ambiental e formação de quadrilha, nas investigações da operação “Paracelsus”, deflagrada no dia 13 de março, nos municípios de Bady Bassit e São José do Rio Preto, interior do Estado de São Paulo, que desarticulou uma quadrilha que falsificava agrotóxico e vendia para todo o país com nota fiscal de vitamina.

A equipe policial retornou neste fim de semana a Cuiabá, depois de cumprir 3 dos 7 mandados de prisão temporária (5 dias) decretados pela Justiça de Mato Grosso e avalizado pela Justiça paulista, além de 5 mandados de busca e apreensão, cumpridos um deles na fábrica clandestina que falsificava o agrotóxico.

Na fábrica, localizada no município de Bady Bassit, a operação apreendeu 200 quilos do veneno Standak, que utilizada o mesmo principio ativo do Regent WG800, o Fipronil, ambos falsificados. A fábrica foi fechada pela polícia, por não ter licença ambiental de funcionamento. Lá também os policiais apreenderam uma grande quantidade de um pó branco, que possivelmente seja um dos componentes utilizados para produzir o Regent falsificado. “É uma substancia que tem toxicidade e aparentemente seria usada para fazer o Regent. Será enviada à perícia para comprovar as suspeitas”, disse o delegado titular da Dema, Carlos Fernando Cunha, que preside as investigações.

No Call Center da empresa denominada Biofarm, de produção de produtos orgânicos, em São José do Rio Preto, os policiais apreenderam vasta documentação que comprova a venda ilegal do veneno, tais orçamentos e pedidos dos produtos despachados pelos Correios para compradores de todo o Brasil. O agrotóxico era enviado com notas fiscais de vitaminas especial, ao valor médio de 2 mil, enquanto que o verdadeiro produto é comercializado por cerca de R$ 6 mil.

Conforme as investigações, a empresa atuava há cerca de 2 anos na venda ilegado do veneno. Entre as documentações, a Polícia Civil apreendeu uma venda de 3 mil quilos para três fazendas de Mato Grosso, no valor de 90 mil e outra remessa de 80 mil.

O delegado Carlos Fernando Cunha, disse que a Polícia Civil de Mato Grosso vai indiciar os donos da empresa, três filhos e dois gerentes.  Conforme o delegado, não foi possível cumprir o mandado de busca e apreensão no escritório da empresa, pelo fato da firma ter mudando de endereço no final do ano passado. Mas isso, segundo Cunha, não inviabilizou o resultado da operação, pois a Polícia Civil conseguiu comprovar a falsificação do agrotóxico e fechar seu principal ponto de produção.

Com apreensão de mais de 100 litros do Regent WG800, ao longo de 1 ano, em caixas com notas fiscais de vitaminas, na agência distribuidora dos Correios, em Várzea Grande, a Delegacia Especializada do Meio Ambiente descobriu que o produto, fabricado com autorização pela empresa Basf, era falsificado em uma fábrica no município de Bady Bassit, de onde era comercializado para todo o Brasil para uso em lavouras de soja.

“O produto que a Basf vende com permissão é destinado às indústrias de álcool, pois é muito concentrado e esse está sendo vendido para lavouras, colocando em risco milhares de pessoas. É um risco invisível que vai acumulando no organismo”, pontuou  o delegado.

O veneno é considerado altamente tóxico e contém o principio ativo Fipronil, utilizado para controle de plagas na plantação de cana-de-açúcar. O produto falsificado contém uma dosagem menor do princípio ativo. Ele é vendido em embalagens reutilizadas do verdadeiro produto, com rótulo e lacres falsos. “É um veneno fortíssimo que não sabemos de onde vem. É isso que queremos descobrir”, disse o delegado Carlos Fernando Cunha.

Todo o agrotóxico apreendido em Várzea Grande que deu origem a investigação foi  periciados e comprovado que está sendo distribuídos de forma inadequada, colocando em risco as pessoas que os manuseiam e a saúde da população que consomem os alimentos proveniente das lavouras que o utiliza como inseticida.

O nome da na operação “Paracelsus” é alusivo ao médico, alquimista, físico e astrólogosuíço, Paracelso, considerado por muitos como um reformador do medicamento e fundador da Bioquímica.

Participam da operação 8 policiais (investigador, escrivão e delegado) da Polícia Civil de Mato Grosso com apoio de policiais da Polícia Civil de São José do Rio Preto (SP).

 





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