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JUSTIÇA
Segunda - 13 de Fevereiro de 2012 às 05:03
Por: Gazeta Digital

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Otmar de Oliveira
Coordenador do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado - Gaeco, Paulo Roberto Jorge do Prado.
Coordenador do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado - Gaeco, Paulo Roberto Jorge do Prado.

A decisão da presidente da República, Dilma Rousseff de sancionar o Plano Plurianual (PPA - 2012/2015) com a emenda de autoria do deputado mato-grossense Júlio Campos (DEM), prevendo recursos para implantação e estruturação de 2 mil centros de reabilitação e acompanhamento de dependentes químicos, foi elogiada pelo procurador chefe especializado na defesa da criança e do adolescente de Mato Grosso e coordenador do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado - Gaeco, Paulo Roberto Jorge do Prado.

O elogio dele, no entanto, veio acompanhado de uma cobrança, a efetivação do programa e das unidades sob pena da situação piorar ainda mais. "É perceptível a olho nú que as drogas influênciam 90% dos crimes de roubo, furto e até mesmo os mais graves como homicidios", disse Paulo Prado lembrando que se não houver aonde recuperar os já drogados, a luta contra o crime organizado que é mantido pelo tráfico de drogas nunca será vencido. "Sempre estaremos um passo atrás das organizações criminosas", afiançou o procurador.

Para ele o papel do legislador já foi feito, falta agora as autoridades tirarem do papel e tornarem realidade um benefício que é inestimável, pois a família que tem um ente dependente químico vive sem amparo e sem condições de promover a luta contra o maior mal do século. "Se as autoridades públicas que tem excesso de recursos não conseguem combater o crime organizado, o que dirá uma simples família", cutuou o procurador-chefe.

Paulo Prado reconheceu que a proposta limita a ação para os municípios acima de 100 mil habitantes até 2015, as sinalizou que é necessário se começar essa batalha que já vem sendo perdida à muitos anos. "Já existe um Plano Nacional de enfrentamento ao uso do crack e outras drogas, então nada mais justo que se aproveitar para investir os recursos necessários, implantar estes centros e garantir o reforço na segurança pública nas fronteiras, principal foco do tráfico de drogas, de armas e outros crimes", pontuou.

Segundo a proposta de Júlio Campos, o Brasil passará por um novo ciclo, após a construção desses centros de rabilitação, pois eles se tornarão a porta de entrada para a saída do mundo das drogas, o que não é atingido por falta de apoio, de estruturação e principalmente de recursos para resguardar as famílias da ação dos criminosos. Diz a justificativa da emenda que "políticas como essas vem prevenir, apoiar o tratamento a esses males que estão corroendo e minando a base das famílias e da sociedade do nosso país e quando o dependente químico não encontra apoio e alternativa para sua condição, a tendência é ir para o mundo do crime para sustentar seu vício, por isso é imperioso se impedir que essa cículo vicioso aconteça", disse Júlio Campos em sua proposta.

Paulo Prado lembrou que o combate a criminalidade passa essencialmente pelo tratamento de dependentes químicos para que eles não retornem a utilizar os produtos. "Somente vamos quebrar essa corrente se os elos forem rompidos no eixo família/sociedade, pois o ex-dependente químico se não retornar ao mundo das drogas se tornará um soldado para ajudar aqueles que estão prestes a ingressar neste meio ou ainda estão no início e podem mais facilmente sair", explicou.

O procurador disse ainda que todos os governos que passaram pelo Brasil fizeram propostas identicas, assim como o ex-presidente Lula e nada foi solucionado porque as autoridades não se preocupam com este tipo de problema que se evitado diminui de forma considerável o volume de recursos gastos com segurança pública. "É uma mão de via dupla, se temos como tratar o dependente químico e resguardar sua família para que ele não retorne ao consumo, tiramos um pé de apoio do narcotráfico que será derrubado então com as ações de segurança e repressão", explicou Paulo Prado.





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