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POLÍTICA
Domingo - 18 de Dezembro de 2011 às 08:01
Por: Priscilla Mendes

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Foto: Roberto Stuckert Filho
A presidente Dilma Rousseff em encontro com jornalistas no Palácio do Planalto
A presidente Dilma Rousseff em encontro com jornalistas no Palácio do Planalto

A presidente da República, Dilma Rousseff, disse na sexta-feira (16) que seu governo tem “tolerância zero” à corrupção. Ela falou sobre o assunto durante balanço do seu primeiro ano à frente do país em uma confraternização com jornalistas, no Palácio do Planalto.

Dilma afirmou que não “tem compromisso com qualquer prática inadequada de corrupção” e negou que sua relação com os partidos políticos tenha sido o momento mais difícil no seu primeiro ano de governo.

“Não tem nenhum compromisso com qualquer prática inadequada de corrupção dentro do governo. É nenhum, é zero. Tolerância zero. Eu vou cada vez mais exigir que os critérios de governança internos do governo sejam critérios internos do governo, que nenhum partido politico interfira na relação”.

Desde o início do governo, seis ministros deixaram seus cargos após denúncias de corrupção: Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Pedro Novais (Turismo), Wagner Rossi (Agricultura), Orlando Silva (Esportes) e Carlos Lupi (Trabalho). Nelson Jobim (Defesa) saiu do ministério após declarações polêmicas.

A presidente admitiu que houve algumas “ingerências” dos partidos políticos, mas reafirmou que qualquer pessoa indicada pelo governo não deve prestar contas a mais ninguém.

“Uma coisa é a governabilidade, que é importante. Mas a partir do momento em que foi nomeado, ele presta contas ao governo, ele não presta contas a mais ninguém”.

Ela afirmou ter critérios para escolher ministros e que “o que ocorre dentro do governo de irregular não será tolerado”. A respeito dos ministros de seu governo que deixaram os cargos após denúncias, ela disse que foram problemas específicos com cada um. “Vou tomar todos os cuidados no sentido [de] que não aconteça [novamente]”.

A presidente disse lamentar a saída de alguns dos ministros, os quais classificou como “capazes”. Dilma negou que as sucessivas quedas representem desgaste à imagem do governo, mas disse que foram “momentos de dificuldade”.

Pimentel
Questionada sobre a permanência do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, – mesmo diante de denúncias por tráfico de influência -, Dilma negou que haja “dois pesos e duas medidas”.

Pimentel foi apontado por suposta irregularidade em trabalho de consultoria entre 2009 e 2010, antes de assumir cargo no ministério.

“[As denúncias contra o Pimentel] não têm nada a ver com o meu governo”. Quanto ao ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, também acusado de tráfico de influência quando ainda não fazia parte do governo, Dilma justificou dizendo que Palocci “quis sair” do cargo.

Dilma disse que não pode “sair por aí apedrejando as pessoas” sem direito a defesa. “Por nenhuma pressão eu farei isso”, declarou. Para ela, não se pode criar uma “caça às bruxas”. “Já se viu isso em outros países. Nunca dá certo”.

Reforma ministerial
Perguntada se faria, de fato, uma reforma ministerial no início do próximo ano, a presidente respondeu: “não me venha com essa conversa. Não terá redução de ministérios, não é isso que faz a diferença no governo”.

Ela afirmou estar preocupada com a “profissionalização do Estado brasileiro” e defendeu a ênfase na formação dos funcionários públicos, de forma a tornar a máquina pública “ágil”.

“[Precisamos] de uma modificação no cerne. Valorização de um lado e exigência de outro.
[...] A eficiência do governo vai se dar quando conseguirmos mudar certas práticas”.

Ela afirmou, porém, que “nenhum país do mundo conseguiu dar saltos sem fazer reformas”.

Dilma comentou ainda sua relação com a oposição. Ela pretende “estender a mão [à oposição] em todas as circunstâncias em que está em jogo o bem do país”. Disse ainda que mantém “uma relação republicana” com todos os governadores, os quais são tratados de forma igualitária, inclusive os da oposição, disse ao citar Geraldo Alckmin (São Paulo), Antônio Anastasia (Minas Gerais) e Teotônio Vilela (Alagoas).



 






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