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MEIO AMBIENTE
Quarta - 28 de Setembro de 2011 às 12:54
Por: Rosalvo Júnior

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O usuário de carro polui 36 vezes mais o meio ambiente que o passageiro de metrô e nove vezes mais que os cidadãos que utilizam o serviço de ônibus. Por este motivo, é preciso desenvolver políticas públicas eficientes para incentivar o uso do transporte coletivo ou não motorizado. O alerta está no Comunicado ‘Poluição veicular atmosférica’ divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) dia 22 de setembro, Dia Mundial sem Carro.

O estudo aponta que a taxa de motorização dos brasileiros – parcela da população que utiliza veículos individuais para se locomover – tende a crescer nos próximos anos. Atualmente, a média brasileira é de 15 automóveis por 100 habitantes. Nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, o número é de 70 carros a cada 100 pessoas. Nos últimos 15 anos, enquanto a frota de automóveis cresceu 7% ao ano, o transporte público perdeu 30% da demanda.

O técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Carlos Henrique Carvalho, chamou atenção para outro dado preocupante: a taxa de emissão de gás carbônico na atmosfera aumenta 4,2% ao ano no Brasil. Para minimizar o problema, segundo ele, o governo precisa estimular o uso de biocombustíveis no país, além de aumentar a participação do transporte público e não motorizado, principalmente com bicicletas, passarelas e infraestrutura para os pedestres.

De acordo com Carvalho, automóveis e motocicletas são os principais emissores dos gases mais nocivos à atmosfera e à saúde da população. Poluentes como o monóxido de carbono e o óxido de nitrogênio, por exemplo, estão associados a 200 tipos diferentes de doenças. “O aumento da eficiência das emissões individuais de gases pelos veículos, para que sejam menos danosos, já chegou ao seu limite”, alertou.

Bernardo Furtado, outro técnico do Ipea, destacou a importância da população apoiar a prática do transporte coletivo, que deve ser de qualidade, com custo reduzido e rápido, para ser realmente utilizado. Segundo Furtado, muitas políticas públicas são contraditórias. “Alguns projetos incentivam o uso de bicicletas, mas não são acompanhados por outras medidas. Isso gera efeitos inconclusivos”, disse.

Entre as ações e estratégias para redução da poluição veicular, o estudo traz sugestões como o incentivo ao transporte público não motorizado, a expansão da malha ferroviária e de metrôs nas grandes cidades, melhorias no transporte coletivo, construção de vias urbanas rápidas e o controle de emissões e inspeções veiculares.

Despoluir
Atenta à importância desse controle da poluição ambiental provocada pelos veículos de carga pesada, principalmente os caminhões, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) implantou, em 2007, o Despoluir – Programa Ambiental do Transporte. Os técnicos do projeto já mediram o nível de poluentes emitidos por mais de 500 mil caminhões e ônibus.

O objetivo do trabalho é melhorar o desempenho ambiental do setor de transporte e transformar os trabalhadores em multiplicadores da educação ambiental. A equipe do programa também participa de discussões, junto ao governo, para contribuir com a formulação de políticas públicas sustentáveis, a favor do meio ambiente.






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