Polícia Civil esclarece homicídio de dois travestis na Capital em coletiva nesta quinta-feira
Dívida de droga. Esta foi A motivação do assassinato de dois homossexuais ocorridos neste ano em Cuiabá. Os homicídios foram praticados pelos mesmos autores. Quatro de sete pessoas suspeitas de envolvimento nas mortes foram identificadas pela Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), da Polícia Judiciária Civil. Dois são menores de idade.
Os suspeitos Cleberson Rodrigo Marques e Silva, 23, Alisson Paulo de Arruda, 29, e Paulo Cesar da Silva, 42, foram presos, interrogados e indiciados nesta semana. Um menor de 17 anos também foi apreendido e encaminhado à Delegacia Especializada do Adolescente (DEA). Outros dois são procurados pela polícia. Pelo menos três dos envolvidos nos crimes são traficantes da região do CPA.
O delegado titular da DHPP, Antonio Garcia de Matos e a delegada que preside o inquérito, Anaide Barros, concedem entrevista nesta quinta-feira (01.09), às 15 horas, na sede da Delegacia, localizada na Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha).
O corpo do primeiro travesti, Alisson Otávio Carvalho da Cruz, 19, foi encontrado no dia 28 de maio, dentro de um córrego, localizado na ponte de divisa do bairro Três Lagoas com o Vila Rosa, em Cuiabá, asfixiado com uma corda. Dez dias depois, o travesti Maildo dos Santos Silva, 33, foi assassinado nos mesmos requintes de crueldade. Seu corpo foi encontrado no bairro CPA III, fundos da Lagoa Encantada, no dia 08 de junho.
De acordo com a delegada, Anaide Barros, responsável pelos dois casos, as duas vítimas se conheciam e faziam programas na mesma região. Nos dois crimes, as vítimas deviam uma quantia de dinheiro aos traficantes. Conforme a delegada, nos dois homicídios está descartada a hipótese de motivação relacionada à homofobia. “A única situação é que os travestis são vítimas mais vulneráveis e não pela opção sexual”, esclareceu a delegada.
Os depoimentos foram acompanhados por um representante do movimento GLBT.