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POLÍCIA
Sexta - 03 de Junho de 2011 às 15:04
Por: LUCIENE OLIVEIRA

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PJC-MT
Delegada Cleibe Aparecida de Paula
Delegada Cleibe Aparecida de Paula
Um carregamento com 180 quilos de drogas foi apreendido pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, na BR-364, região da Agrovila, na Serra de São Vicente. Um total de 165 tabletes, divididos entre pasta-base e cocaína pura, estava escondido no assoalho da carroceria do caminhão coberto com 27 toneladas de sucata, apreendido na madrugada de quinta-feira (02.06). A droga está avaliada em mais de R$ 12 milhões.

A carga de sucata seria entregue na cidade de Araçariguana, em São Paulo, mas o destino dos entorpecentes era a capital paulista. No último domingo (29.05), a Delegacia de Entorpecentes recebeu informação do envio do carregamento droga e passou a fazer levantamentos. Quando a carga era transportada, o caminhão apresentou problemas mecânicos e foi deixado em uma oficina nas imediações da Escola Agrotécnica Federal de São Vicente.

A organização criminosa, ainda não identificada pela polícia, preparou outro caminhão com a mesma quantidade de droga, e o motorista seguiu viagem até a cidade de Bauru, onde a carga seria entregue numa empresa. O Departamento de Investigações de Narcóticos (Denarc) foi acionado e interceptou o caminhão com placa de Cuiabá, carregado com 180,7 quilos de pasta-base, na quarta-feira (01.06), em Bauru. A droga também estava escondida sob sucatas e avaliada em R$ 12 milhões.

O motorista Valmir de Oliveira, 45 anos, foi preso em Bauru, pelo Denarc e prestou interrogatório nas investigações que serão compartilhadas com a Delegacia de Entorpecentes de Cuiabá. O motorista é morador do bairro Construmat, em Várzea Grande.

De acordo com a delegada titular da DRE, Cleibe Aparecida de Paula, pelo menos mais quatro pessoas estão sob investigação e poderão ser presas por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Duas empresas também são suspeitas de envolvido com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. “Normalmente o tráfico de drogas tem se revestido de atividade ilícita. A gente quer chegar a lavagem de dinheiro”, afirma da delegada da Polícia Civil de Mato Grosso.

Em Mato Grosso, policiais da DRE realizaram campana durante quatro dias para descobrir se alguém iria resgatar o caminhão. O dono do veículo não apareceu e então a carreta foi consertada e trazida para o pátio do Grupo de Operações Especiais (GOE), em Cuiabá, onde foi retirada parte da sucata e aberto o assoalho do veículos, na manhã desta sexta-feira.

Retirada da droga

O trabalho de retirada da droga durou mais de três horas. Foi preciso utilizar um caminhão muck para remover parte da sucata que escondia o entorpecente, embaixo do assoalho de madeira e dentro de um bloco de metal. Investigadores da DRE cortaram o fundo falso recém colocado de madeira, ainda com cheiro de verde. Uma vez aberto, havia outro compartimento fundido de metal, onde o entorpecente foi camuflado. Depois de muito trabalho, os policiais conseguiram abrir bloco de metal com uma marreta e uma alavanca e um a um dos 165 tabletes foram sendo extraídos e amontoados numa pilha. Cada tablete pesa entre 1 quilo e 1 quilo e 100 gramas.

Investigação

A delegada Cleibe Aparecida de Paula disse que as organizações estão utilizando a sucata para disfarçar carregamentos de drogas, metais preciosos como a cassiterita e o fio de cobre. Ela disse a Polícia Civil que o dono da empresa carregou o caminhão com sucata, reconheceu o motorista como a pessoa que fez o cadastro na firma. O dono do caminhão ainda não foi localizado.

Durante a pesagem da droga feita pela Pericial Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi constatado 16 tabletes, cerca de 20 quilos de cocaína pura. Algo incomum já que na Bolívia não há laboratório de refino. “O refino que é feito na Bolívia é muito artesanal. A Polícia Civil vai investigar se essa droga veio da Bolívia ou Colômbia”, disse a delegada Cleibe Aparecida de Paula.

A cocaína é um produto mais caro do que a pasta-base, por se uma droga purificada e que custa até três vezes mais. Sua clientela também é outra.

Prisão São Paulo

Os policiais de São Paulo desconfiaram da carreta que estava parada em um posto de combustível, devido um homem que estava bastante inquieto e parecia aguardar a chegada de alguém. Após a abordagem e revista, contatou-se que a carga era formada inteiramente de sucatas.

Ao ser questionado sobre as sucatas, o motorista Valmir de Oliveira, passou mal e não soube responder para onde seriam encaminhadas as sucatas, o que levantou suspeita dos investigadores. Uma segunda equipe da Denarc foi até a empresa que seria descarregada a sucata, onde localizaram as drogas, que foi avaliada em até R$ 12 milhões.

 
 






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