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SEGURANÇA
Sexta - 15 de Abril de 2011 às 14:53
Por: LIDIANA CUIABANO

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Ednilson Aguiar
Diversos veículos, motos, ônibus trafegam entre o Brasil e Bolívia, passando por Mato Grosso, e são fiscalizados
Diversos veículos, motos, ônibus trafegam entre o Brasil e Bolívia, passando por Mato Grosso, e são fiscalizados

A geografia peculiar de uma região rural de condições climáticas adversas e de extensos trechos de estradas não pavimentadas e rotas alternativas denominadas ‘cabriteiras’ são atrativos principais de contraventores e criminosos que utilizam desses meios para burlar a fiscalização e adentrar no País com atividades ilegais como contrabando e descaminho de bens e valores, roubos e furtos de veículos, invasão de propriedade, tráficos de drogas e armas e diversos outros crimes típicos da zona de fronteira, que deságuam no Estado de Mato Grosso.

Diariamente, diversos veículos, motos, ônibus trafegam entre o Brasil e Bolívia, passando por Mato Grosso, e são fiscalizados nas barreiras fixas do Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron), como o Posto do Limão, Avião Caído, Vila Cardoso e Matão, estruturas montadas pela Segurança Pública do Estado para impedir a entrada de produtos ilícitos no País, por meio dos 983 quilômetros de fronteira seca e alagada que separam o território brasileiro da Bolívia.

O Gefron conta ainda com os postos em parceria com o Indea, como Corixa, Corixinha, Las Petas, Ponta do Aterro, Marfil e Fortuna. Os homens do Grupo Especial de Segurança de Fronteira atuam numa extensão de 750 quilômetros de limite seco e 233 alagado, fazendo a segurança de 28 municípios na faixa de fronteira, atendendo uma população de 457.606 mil habitantes.

Dentro desse contexto, as modernizações tecnológicas que podem auxiliar o Gefron na segurança da fronteira brasileira no Estado de Mato Grosso foram discutidas na palestra do coordenador do Grupo Especial de Segurança de Fronteira, tenente-coronel PM Antônio Mário da Silva Ibanez Filho, nessa quinta-feira (14.04), durante o 1º Seminário de Segurança LAAD ‘Tecnologia: Modernização, Inovação e Inteligência para a Segurança Pública’.

O maior evento do setor na América Latina acontece desde o último dia 12 no Rio de Janeiro e contou com a presença de uma comitiva da Segurança Pública de Mato Grosso composta pelo secretário Diógenes Curado Filho e comandantes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, diretor geral da Polícia Civil e coordenador do Ciosp.

Em sua palestra, Ibanez falou sobre a história do Gefron, criado pelo Governo do Estado em 2002; da localização dos postos na faixa de fronteira; das operações integradas realizadas em apoio aos organismos de segurança, como a Operação Gênesis - deflagrada em julho de 2010 reunindo 18 instituições das esferas estaduais e federais, a maior operação já realizada na faixa de fronteira no País no combate ao narcotráfico; além das inovações tecnológicas que podem auxiliar e otimizar as ações do Gefron em Mato Grosso.

“Sinto-me honrado em representar meu Estado. O que vivemos hoje se deve ao trabalho conjunto de todos os componentes do Gefron, somando o apoio dado pelo secretário de Segurança a todas as ações e operações desencadeadas em combate ao narcotráfico em nossa fronteira”, disse o comandante do Gefron.

Conforme Ibanez, existe uma relação muito íntima entre a fragilidade na vigilância das fronteiras e o abastecimento de droga nos grandes centros urbanos, como é o caso do Rio de Janeiro. “O Brasil não produz droga. Daí a necessidade em investimento em tecnologia para prestação de serviços mais efetivo e eficientes”, observou.

O Grupo Especial de Segurança de Fronteira vem desempenhando, com excelência, ações de combate aos crimes transfonteiriços, realizando a prevenção e repressão ao tráfico de entorpecentes, contrabando e descaminho de bens e valores, roubo e furto de veículos, invasão de propriedades, atuando com barreiras móveis nos locais detectados como via de tráfego de “mulas humanas” (pessoas que transportam drogas), bem como nos locais denominados “cabriteiras” (vias por onde passam veículos roubados).

Para potencializar as ações, o Gefron trabalha com duas frentes de investigação: ostensiva e investigativa, que contam com suporte aéreo, por meio do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), nas operações inopinadas ou em situações de risco imediato na região de fronteira; e patrulhamento fluvial nos rios Jauru, Guaporé e Paraguai, outro cenário utilizado pelo crime organizado para práticas ilícitas, uma vez que 233 quilômetros da fronteira do Brasil com a Bolívia é de região alagada.

Para a moradora da faixa de fronteira Christhiane Duarte Calimério, depois da implantação do Gefron houve melhora em todos os aspectos na região. “Muitos roubos foram evitados e até coisas pequenas que não são atribuições do grupamento eles fazem para manter a paz na região”, falou.

De 2003 a 2010, o Grupo Especial de Segurança de Fronteira realizou diversas apreensões de ilícitos. Foram 96 armas e 11.605 munições. Além disso, duas toneladas de entorpecentes foram retiradas de circulação. O grupamento também recuperou 290 veículos incluindo máquinas agrícolas, motos, caminhões, carretas, utilitários e carros de passeio, além de milhares de reais, dólares, peso e guaranis em espécie que foram retirados das mãos de criminosos.






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