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POLÍTICA
Terça - 05 de Abril de 2011 às 16:47

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Parte dos cerca de 700 participantes da audiência pública “Perspectivas da Reforma Política”, em Rondonópolis (224 Km ao Sul de Cuiabá), na noite de segunda-feira, demonstraram preocupação com a perpetuação de líderes políticos nos partidos. O evento aconteceu na Faculdade Anhanguera.

O senador Pedro Taques (PDT-MT) e o deputado federal Valtenir Pereira (PSB-MT) avalizaram a opinião dos participantes ao dizer que uma das mudanças que a reforma deve propor é a eliminação dos “caciques” - aqueles que se prolongam nas direções dos partidos por anos e não dão espaço a novas ideias. Ambos são membros titulares das comissões especiais em seus parlamentos em Brasília.

O tom da cobrança popular aos maus políticos foi feito pelo presidente da União Rondonopolitana das Associações de Moradores de Bairro (Uramb) e estudante de Engenharia Civil, Hélio Luz. “Precisamos discutir melhor a legislação da fidelidade partidária para evitar o caciquismo. A reforma pode reforçar o caciquismo nos partidos grandes e  outros menores não poderão expressar suas ideias”

Ao responder à indagação sobre o tema do participante da audiência pública, o estudante de Direito Alex Pereira Neves, o deputado federal Valtenir disse que a instituição da fidelidade partidária e a aprovação do projeto Ficha Limpa já começou a varrer caciques dos partidos.

“A fidelidade partidária fez uma limpeza boa. Velhos caciques deixaram os partidos para dar espaço para líderes mais jovens. Como o caso do senador Taques. Outra mudança importante foi a aprovação da Ficha Limpa, que vai tirar muito cacique político do sistema político”. Ele diz que com o projeto “nos próximos quatro anos vamos ter resultados”.

O estudante Alex questionou os parlamentares sobre como fariam para contrapor mudanças nas suas comissões de reforma política na Câmara dos Deputados e Senado contra os velhos políticos.

“Ali integram vários senadores que são caciques políticos nas suas regiões e Estados. São representantes de grandes oligarquias, como o senador e ex-presidente Collor. Como vocês vão contrapor esses velhos políticos, para contemplar os anseios da sociedade brasileira?”.

Para democratizar e fortalecer os partidos políticos, Pedro Taques defendeu que as legendas realizem eleições primárias, uma espécie de prévia para que os partidos definam seus candidatos. Atualmente, o Partido dos Trabalhadores realiza esta consulta interna.

Partidos de aluguel

Outro erro do processo político, afirma Taques, é que no Brasil há muitos partidos de aluguel, ou aqueles que servem para barganhar alianças eleitorais com o tempo que dispõem no horário eleitoral.

“Temos partidos políticos no Brasil para vender tempo de televisão, que participam de negociações para a formação de coligações. Isto não é bom para a democracia”. O pedetista avalia que uma forma de corrigir essa falha é a proposta de extinção de coligação já aprovada na comissão da reforma política no Senado.

Nas próximas semanas serão realizadas audiências em Várzea Grande, Cáceres, Sinop e Barra do Garças.

Ao final das audiências, um documento será elaborado e entregue às comissões da Reforma Política da Câmara e do Senado Federal. Taques e Valtenir defendem que a discussão sirva de subsídio para os trabalhos do Congresso Nacional.

Na Reforma Política, os parlamentares deverão analisar os temas abaixo listados:

1. Sistemas eleitorais

2. Financiamento eleitoral e partidário

3. Suplência de senador

4. Filiação partidária e domicílio eleitoral

5. Coligações

6. Voto facultativo

7. Data da posse dos chefes do Executivo

8. Cláusula de desempenho

9. Fidelidade partidária

10. Reeleição e mandato

11. Candidato avulso






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