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MEIO AMBIENTE
Domingo - 13 de Março de 2011 às 10:03

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A quadrilha conseguia créditos florestais para comercializar ao menos 1.200 caminhões de madeira.
A quadrilha conseguia créditos florestais para comercializar ao menos 1.200 caminhões de madeira.

Operação realizada na quinta-feira (10) pela Polícia Civil em Mato Grosso resultou em pedidos de prisão de um analista ambiental da Secretaria de Meio Ambiente do estado, de um engenheiro e um fazendeiro envolvidos em esquema fraudulento que vendia créditos de madeira a terceiros.

O esquema foi revelado por meio de uma gravação feita por fiscais do Ibama, que foram até a fazenda autorizada a cortar toras de árvore mas não encontraram a madeira prevista no projeto de manejo.

De acordo com o Ibama, os proprietários vendiam créditos florestais a madeireiros da região. O sistema servia para esquentar a madeira tirada de reservas e áreas onde a derrubada é proibida.

Na gravação feita por agentes do Ibama, o dono da fazenda fiscalizada ainda propõe um acordo: “Nós levanta um dinheiro, ajeita pra vocês e a hora que libera esse, libera o manejo, aí é chegar e quitar. Vamos fazer esse trem uns duzentos conto. Eu vou ver se levanto uns 50 mil pra vocês (sic)”, disse ele aos fiscais, que entregaram o arquivo à Polícia Civil.

A operação resultou na prisão de um analista ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso, que foi afastado e pode ser exonerado do cargo se as irregularidades forem confirmadas, e na prisão do engenheiro que elaborou o projeto de manejo da fazenda. O proprietário do local, que tentou subornar os fiscais, está foragido.

De acordo com o delegado que cuida do caso, o esquema permitiu que a quadrilha conseguisse créditos florestais para comercializar ao menos 1.200 caminhões de madeira, o equivalente a R$ 3 milhões. “Não existia efetivamente madeira para extração e para a indústria madeireira. Acabaram recebendo uma aprovação de 20 mil metros cúbicos em créditos florestais. É como se o órgão ambiental estivesse emitindo dinheiro para essas pessoas”, diz o delegado.






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