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CULTURA
Quinta - 26 de Janeiro de 2017 às 07:54
Por: Redação TA c/ Gcom-MT

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Foto: Gcom-MT

Artistas e profissionais da cultura da Capital mato-grossense estiveram, na manhã de quarta-feira (25.01), reunidos com o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, e com o secretário de Estado de Cultura, Leandro Carvalho, para discutir melhorias e sugestões que tragam avanços para as políticas públicas culturais. Entre as pautas, editais de incentivo cultural, o Conselho de Cultura, e ações de descentralização das ações do setor.

O governador reafirmou o compromisso de manter o diálogo com a classe artística, e que a importância dessa reunião vai além de uma troca de informações. “A Secretaria de Cultura (SEC-MT) está de portas abertas para ouvir os segmentos culturais, e a intenção é que o setor seja parceiro para aprimorar as ações da pasta nas diversas áreas, como o audiovisual, artes plásticas, literatura, música, dança e teatro”.

“Foi um momento muito importante, caracteriza o perfil do nosso trabalho, baseado no dialogo, na troca. Queremos que, daqui pra frente, momentos como este se repitam com bastante frequência. Temos uma gestão com realizações contundentes, mas temos ciência de que precisamos avançar”, explicou o secretário de Estado de Cultura, Leandro Carvalho.

Ele contou que além desta reunião, têm sido feitos encontros como este em outras regiões do estado, como na semana passada, em que uma equipe da SEC-MT percorreu 11 municípios como parte do programa Cultura no Trecho. Além de informações sobre editais abertos, a equipe leva capacitação para agentes culturais do interior do estado.

Para o cineasta e publicitário Bruno Bini, além de algumas insatisfações, os profissionais da cultura levaram ao governador sugestões e tentativas de contribuir com as políticas públicas de cultura. Ele avaliou que este é um momento de amadurecimento, e possíveis ajustes.

“A classe reconhece uma evolução, até porque a gente vem de um período onde o setor cultural estava sofrendo muito com a ausência de políticas públicas, ou de importância dada pela gestão anterior. A gente quer muito que a Secretaria enxergue os produtores culturais como parceiros. A cultura é uma coisa feita de forma coletiva, na música, no audiovisual, é sempre coletivo, queremos fortalecer isso”, afirmou o cineasta.

A acadêmica e escritora, Maria Cristina Campos, esteve presente na reunião, e vê com olhos positivos a iniciativa de um canal de comunicação mais direto com os responsáveis pela Secretaria de Cultura, e com o governador. Escritora e professora aposentada, ela faz parte da Academia Mato-grossense de Letras (AML) desde 2015.

“Eu acho que a abertura do diálogo é sempre positiva. A partir dessa reunião, o que a gente quer realmente é uma participação efetiva dos artistas e dos produtores da categoria no Conselho Estadual de Cultura”, avaliou.

Consulta pública e transparência

O secretário Leandro Carvalho ressaltou que a consulta pública para elaboração do Regimento Eleitoral para a escolha do novo Conselho Estadual de Cultura primou por ampliar o processo democrático, dando a oportunidade de pessoas de diversos lugares do estado participarem, pela internet.

“Uma participação social inédita, nunca um Governo em Mato Grosso fez uma consulta pública. Um processo democrático que contou com a participação de milhares de pessoas. Estamos trabalhando para reconstruir o Conselho de Cultura. Ao longo de 2015, foi feito todo um trabalho de reconstrução da legislação, o que ocasionou até o elogio do ministro na época. Vamos consolidar um Conselho em que os artistas se sintam representados por quem está lá”, garantiu o secretário.

Ele frisou ainda que o uso da ferramenta tecnológica para receber sugestões vai ao encontro da intenção de democratizar o acesso, já que localidades distantes de Capital ficavam isoladas de alguns processos que exigem a participação presencial.

“Mato Grosso é um estado imenso, as pessoas têm dificuldade de vir a Cuiabá. Até de municípios que estão distantes 50 km, já é difícil, imagine cidades como Colniza, Alta Floresta, nas aldeias indígenas. Então, a plataforma digital é essencial para a inclusão e uma participação de uma forma mais abrangente”.

O Conselho está desativado desde 2014, quando foi deflagrada a operação da Polícia Civil Alexandria, por conta da suspeita de desvio de recursos do Programa de Apoio à Cultura. Cabe ao Conselho Estadual de Cultura acompanhar a implementação do Plano Estadual de Cultura, além de deliberar sobre programas de apoio e fomento à cultura, fiscalizar a aplicação dos recursos e funcionamento do Sistema Estadual de Cultura.

Sobre os editais de cultura, ele esclareceu que uma análise técnica e transparente é essencial para os processos de seleção, mas as discussões quem vêm sendo feitas e as sugestões devem aprimorar este processo.

“As pessoas estão recebendo os pareceres por escrito, três pareceres, tendo sido o projeto aprovado, ou não, com o currículo de quem analisou. Temos feito políticas para despersonalizar o processo, não é a figura do secretário que escolhe, é um corpo técnico, pessoas de fora”, finalizou Leandro Carvalho.





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