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JUSTIÇA
Quarta - 27 de Setembro de 2017 às 17:22
Por: Celly Silva, repórter do Gazeta Digital

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Chico Ferreira
Ex-chefe da casa Civil Paulo Taques
Ex-chefe da casa Civil Paulo Taques

O ex-secretário chefe da Casa Civil e advogado Paulo Taques, preso pela segunda vez nesta quarta-feira (27), na operação Esdras, por acusação de participação em esquema de interceptações telefônicas ilegais, é apontado pelo desembargador do Tribunal de Justiça Orlando Perri como um dos líderes da organização criminosa.

Em sua decisão, Perri destaca que “as provas coligidas até este instante das investigações mostram que Paulo Taques foi quem mais se serviu do falseado Núcleo de Inteligência, cujo contexto o coloca como um dos prováveis líderes da organização criminosa”.

Conforme o Gazeta Digital já divulgou, a operação Esdras prendeu oito pessoas acusadas de obstrução de justiça, ou seja, de tentar atrapalhar as apurações sobre o caso das escutas clandestinas. Uma das táticas usadas pela organização criminosa teria sido a de coagir um tenente-coronel que atuava como escrivão no inquérito policial militar (IPM) dos grampos, valendo-se de informações comprometedoras da vida pessoal dele, o que ocorreu na primeira semana em que foi nomeado para trabalhar no caso.

“Significa dizer que, tão logo tomaram conhecimento de sua nomeação, usaram de informações que já tinham em mãos. E quem as detinha? Ninguém mais, ninguém menos que o Dr. Paulo Cesar Zamar Taques, que as recebeu da própria língua do Ten.-Cel. Soares, quando advogou seus interesses numa demanda contra seu irmão”, diz trecho dos autos.

Conforme as investigações coordenadas pela delegada especial Ana Cristina Feldner, as informações supostamente repassadas por Paulo Taques foram utilizadas pela personal trainer Helen Christy Carvalho dias Lesco, esposa do coronel e ex-secretário da Casa Militar Evandro Lesco, também presos na operação Esdras (Lesco pela segunda vez).

Quando Lesco ainda estava preso na primeira vez, sua esposa teria procurado o tenente-coronel José Henrique Costa Soares para dizer que sabia sobre seus problemas pessoais e o orientando que repassasse todas as informações sobre a investigação.

“Preocupações redobradas”

Ainda na decisão, Perri destaca que Paulo Taques mantém posição de liderança na organização criminosa forjada para espionar centenas de pessoas pelo fato dele ter sido alvo de “preocupações redobradas” do grupo investigado.

“Cabe gizar o lugar de destaque do investigado Paulo Cesar Zamar Taques na provável organização criminosa, com quem o grupo tinha preocupações redobradas com a manutenção da prisão que se decretou contra ele, como se vê nesta passagem do depoimento: ‘Que também eles diziam da importância da soltura do Paulo Taques, do quanto era necessário para o grupo que Paulo Taques continuasse solto’”, revela ao citar depoimento do tenente-coronel Soares.

Maior beneficiário

Além disso, Orlando Perri também afirma que o ex-chefe da Casa Civil foi incontestavelmente o maior beneficiário das escutas telefônicas clandestinas. “Basta lembrar que – as provas assim indicam – foi ele o responsável por interceptar ilegalmente a sua ex-amante Tatiana Sangalli, o jornalista Muvuca, a sua ex-secretária Carolina e, provavelmente, os advogados José do Patrocínio e José Antônio Rosa, além da Deputada Janaína Riva, dentre outros”, relembre o magistrado.





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