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CULTURA
Sábado - 14 de Outubro de 2017 às 14:17
Por: Redação TA c/ Gcom-MT

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Foto por: Orla do Porto de Cuiabá
Máscaras indígenas de cerâmica
Máscaras indígenas de cerâmica

Na Orla do Porto em Cuiabá tem artesanato e doces regionais. Tem pratos típicos da culinária mato-grossense, doces e muito mais. É a diversidade da cultura mato-grossense, sendo exposta para conquistar espaço mundo afora e melhorar a renda dos artesãos. Toda semana é assim, especialmente nas sextas-feiras, das 17h às 22h, quando os integrantes da Associação da Orla do Porto em Cuiabá se reúnem para compor o atrativo do local. Entre as novidades da programação, um artesão interagindo com os visitantes ao fabricar seu produto. Na sexta-feira (13.10), a artesã ceramista Lenice da Silva vai fazer a alegria da garotada produzindo mini máscaras indígenas com barro da terra.

“O trabalho com as máscaras indígenas é um resgate desses povos que tanto contribuem com a nossa história. É preciso mostrar que eles existem em Mato Grosso, são diversas etnias, com suas tradições, ornamentos, plumagens, vestimentas e que atuam como guardiões da natureza. E a criançada tem um pouco disso no imaginário”, destacou Lenice.

A artesã trabalha com vários produtos de cerâmica, matéria prima que lida há mais de 15 anos, quando aprendeu juntamente com os ceramistas do São Gonçalo. “É uma arte que aos poucos está ressurgindo”, definiu a artesã ao falar das cerâmicas.

Entre os diversos itens que produz estão as máscaras indígenas, como as que irá trabalhar na oficina com a criançada que passarão pela Orla do Porto, num ato de homenageá-las pela data do Dia das Crianças (12 de Outubro) de forma divertida. Aliás, se tem uma coisa que criança gosta é mexer com barro e associá-lo às máscaras é uma combinação legal para esse público.

Dedicação pelo artesanato é algo que acompanha Lenice muito antes dela se aposentar. Ou seja, já produzia peças como alternativa de complementar a renda quando ainda trabalha no mercado tradicional. Atualmente a situação se inverteu, vive do artesanato. “Busco espaços em parcerias com municípios, participo de feiras e eventos proporcionados pelo Programa do Artesanato Brasileiro, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec). O artesanato me motiva a não ficar parada. O sustento da minha casa hoje vem do artesanato”, revelou ela, crendo que se há um bom produto há mercado consumidor.

E como toda profissão, o ceramista também tem seus obstáculos. Para a artesã, a maior dificuldade é a queima do produto, que dá o toque final na obra. Isso porque exige altas temperaturas e, em uma cidade onde o calor já é escaldante, fica ainda mais difícil. Mas a artesã aprendeu uma técnica nova, ao invés de enfrentar o forno a 1050º ou 1300º como é o caso da cerâmica contemporânea feita do barro aqui da região, Lenice usa o forno elétrico.

Sobre a Orla

“É um espaço destinado à divulgação do trabalho do artesão. Um espaço em formação e o público já está se acostumando. É uma conquista porque há muito tempo estamos lutando por um espaço permanente para o artesanato regional”, frisou a artesã.

“Nós fomos até a Prefeitura para saber, por que a o que nós procurávamos era um espaço para o artesão expor e comercializar seus produtos. Conversamos com os artesãos que já tinham participado de uma feira no local no mês de maio, para que criassem uma associação conforme exigência do secretário para que essa associação ficasse a frente do trabalho e assim o projeto está sendo realizado, todas as sextas-feiras com uma atração definida por eles. É muito legal, todos precisam vir, conhecer e prestigiar”, explicou a superintendente de Apoio ao Micro e Pequeno Empreendedor, da Sedec, Caroline Arruda Monteiro, ao destacar a parceria com a Prefeitura de Cuiabá, através da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo.

Diversos turistas já passaram pelo local desde o lançamento da iniciativa. Na primeira feira do artesanato na Orla do Porto, Lenice foi uma das que atendeu um turista do Canadá, que ficou encantado com o trabalho e adquiriu algumas de suas peças. A experiência se repetiu também com a visita de moradores do estado de Santa Catarina que levaram algumas de suas máscaras indígenas. “É muito gratificante ver nosso trabalho reconhecido e atravessando fronteiras. Cada vez que isso acontece sentimos a valorização pelo trabalho que tanto amamos fazer”, revelou a ceramista.

“O objetivo dessa feira não é só o artesanato, porque o que nós queremos é oportunizar um lugar para o turista ir em Cuiabá. Muitas vezes ele não tem onde levar uma lembrança, ouvir uma história, então, nesse espaço, toda sexta-feira, quando o turista chegar vai ver o artesão produzindo, o artesão vendendo seu produto e alguma história como o Siriri e o Cururu sendo dançado aqui ou cantor apresentando músicas da região”, destacou o presidente da Associação da Orla do Porto em Cuiabá, André Toledo.

Para garantir que o espaço seja ocupado por artesãos, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), por meio da Coordenadoria do Artesanato Mato-grossense, faz o trabalho de curadoria, de fiscalização da exposição na Orla do Porto. A iniciativa presa pela exclusividade do espaço para o artesão, ou seja, o autor do trabalho comercializando seu produto.

A Feira do Artesanato na Orla do Porto conta com uma variedade de produtos regionais que vão desde uma lembrancinha a utilidades domésticas em patchwork, tapetes, doces, sabonetes, chinelos, decorações em madeira, marchetarias, brinquedos pedagógicos, bonecas de pano, arcos, tiaras, comidas, entre outros.

E tem espaço para mais artesãos participarem. Interessados devem procurar a Associação da Orla do Porto.





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