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JUSTIÇA
Terça - 01 de Outubro de 2019 às 18:22
Por: Redação TA c/ MPE-MT

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A promotora de Justiça Regilaine Magali Bernardi Crepaldi ministrou o segundo módulo da capacitação sobre violência doméstica e familiar contra a mulher voltada aos agentes comunitários de saúde do município de Nossa Senhora do Livramento (a 42km de Cuiabá), na manhã desta segunda-feira (30), na sede da Secretaria Municipal de Assistência Social. Ela abordou a Lei Maria da Penha - Lei 11.340/06, a atuação do Ministério Público de Mato Grosso, mitos e verdades, fatores de risco e o funcionamento da rede de proteção às vítimas. Participaram do curso aproximadamente 35 servidores que atuam nas áreas urbana e rural, entre agentes comunitários, técnicos em enfermagem e enfermeiros.

A capacitação é promovida pela Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Várzea Grande e Livramento, com objetivo de sensibilizar os servidores da Saúde acerca das situações de violência doméstica, capacitá-los para o atendimento humanizado às famílias e torná-los multiplicadores de conhecimentos referentes à temática. A promotora de Justiça explica que Livramento é um dos municípios integrantes da Rede de Enfrentamento que, por sua vez, possui três eixos estruturantes. O curso está inserido no segundo eixo, o “Plano de Educação Permanente e Capacitação para os Agentes Sociais”.

A ideia do curso surgiu das particularidades encontradas no município, evidenciadas pelos profissionais que compõem a Política Municipal de Assistência Social, que são: extensão territorial em sua maioria rural, o que dificulta o acesso das mulheres aos serviços socioassistenciais; estrutura familiar marcada pela ordem patriarcal e valores tradicionais de manutenção da família; ausência de reconhecimento da situação de violência, entre outros fatores macro (crenças, ordens de gênero/relações de poder) e microssociais (história pessoal, aprendizagem de resolução violenta dos conflitos, baixa autoestima, dependência afetiva e/ou financeira etc).

“Como em Livramento existe uma grande comunidade rural, uma forma de levar informação para as mulheres é por meio dos agentes comunitários de saúde”, consignou a promotora. A capacitação é dividida em cinco módulos. “Hoje tratamos sobre formas de violência, ciclo da violência, fatores de risco, quais as medidas que as mulheres vítimas podem tomar e quem procurar. Apresentamos como funciona a Rede de Enfrentamento, o grupo reflexivo para homens em cumprimento de medidas protetivas, a Patrulha Maria da Penha, e como eles, que estão diuturnamente nas casas das mulheres, podem contribuir para que essa violência diminua”, explicou Regilaine.

Para a agente comunitária de saúde Meire da Silva Barros, o curso ajuda no dia a dia de trabalho. “Como agentes de saúde, nos deparamos muito com esse tipo de situação e em alguns casos não sabemos como ajudar. Com o treinamento, aprendemos o que dizer e o momento certo de falar. É mais conhecimento para ajudarmos as pessoas e até identificarmos possíveis casos de violência doméstica”, disse. O agente Márcio da Silva Sene reforçou a importância do conhecimento adquirido. “A capacitação vem ao encontro dos nossos anseios porque precisamos nos preparar. E aqui estamos aprendendo a orientar melhor as mulheres, explicar que determinada situação pode ser uma violência”, acrescentou.

O próximo módulo ocorrerá no dia 31 de outubro. Os temas abordados serão “Consequências da violência doméstica para a saúde física e mental de mulheres” e “Comunicação não-violenta”.





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