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CULTURA
Sexta - 18 de Dezembro de 2015 às 15:32
Por: Da Redação TA c/Assessoria

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 Profissionais do teatro encerram o ano vislumbrando mais oportunidades para o segmento em 2016. O entusiasmo é resultado das ações culturais desenvolvidas via políticas públicas voltadas ao incentivo da circulação de espetáculos via festivais e a capacitação de artistas promovidos por encontros voltados à pesquisa e ao exercício da arte teatral.

Uma das idealizadoras do Núcleo de Pesquisas Teatrais, Juliana Capilé, destaca a idealização do Seminário Encontros Possíveis, realizado neste mês, integrado ao VI Festival de Teatro da Amazônia Mato-Grossense. Um dos eventos do Circuito de Festivais de Teatro – projeto da Secretaria de Estado de Cultura.

“A  edição do Encontros Possíveis - Núcleo de Pesquisas Teatrais deste ano foi recheada de ineditismos. Pela primeira vez, nós da Cia. Pessoal de Teatro realizamos um evento em parceria com o Teatro Experimental de Alta Floresta, fazendo parte da programação do Festival de Teatro Amazônia Mato-Grossense”. Participaram do encontro internacional, representantes de grupos de teatro de Mato Grosso, Distrito Federal, Rondônia, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e ainda, convidados da Polônia, Índia, Itália, Dinamarca. Juliana idealizou o projeto junto às parceiras Daniela Leite e Tatiana Horevicht, da Cia Pessoal de Teatro.

Segundo Juliana, a oportunidade proporcionada por grandes parceiros, como o Teatro Experimental de Alta Floresta e a Sec, além é claro, do Rumos Itau Cultural, que incentivou mais uma edição do núcleo de pesquisas, efetivou as iniciativas do grupo que se dedica a pensar o teatro contemporâneo em Mato Grosso.

“Diminuímos as distâncias. A exemplo, uma das grandes referências do teatro mundial, Eugenio Barba (Odin Teatret/ Dinamarca) esteve em Alta Floresta, juntamente com Julia Varley, e ficaram encantados com o que viram da sede do grupo, da formação, da organização e da produção Mato-Grossense que pôde conferir”.

Ela conta que Eugenio pediu registros da sede – com fotos e informações – para que esse material faça parte do acervo de espaços cênicos - uma pesquisa que está desenvolvendo com Nicola Savarese para a atualização definitiva do livro A Arte Secreta do Ator. “Isso mesmo, um grupo mato-grossense deve constar na reedição de uma das publicações mais lidas da história do teatro”.

Outro ponto positivo – vinculado à capacitação – que deve garantir mais incremento na produção teatral, foi elencado por Juliana, como outro acontecimento inédito em solo mato-grossense. “Tivemos nessa edição o workshop de kalarippayattu, aplicado pelo mestre Sankar Lal (India/Polônia) com a assistência do seu discípulo Alessandro Curti (Itália/Polônia). Foi a primeira vez que a técnica do kalarippayattu, milenar arte marcial indiana, foi apresentada no Brasil”.

Na Índia o kalarippayattu é base de treinamento para atores bailarinos. Atualmente a técnica é muito utilizada em centros de treinamento europeu, como o Instituto Grotowski (Polônia) e Odin Teatret (Dinamarca).

O evento contou ainda com discussões acerca da internacionalização do produto teatral brasileiro pautadas por grandes expressões do teatro nacional, como Marcelo Bones e Cesario Alencar, e um debate sobre estéticas utilizadas no contemporâneo com a professora Maria Thereza Azevedo, coordenadora do grupo de pesquisas Artes Híbridas: Contaminações, Intersecções, Transversalidades (ECCO/UFMT). Neste, foram discutidos os caminhos e apontamentos da pesquisa e do fazer teatral sob a perspectiva do teatro Contemporâneo.

“Estavam presentes também, representantes de grupos de teatro, e Mariana Pinto e Galeana Brasil, do Itaú Cultural, que foram nos prestigiar em Alta Floresta”, relembra.

“Foram dias maravilhosos que passamos por lá. Saímos com a imagem da Sumaúma de 800 anos que fomos visitar no meio de uma reserva ecológica, dos sorrisos e da caderneta cheia de novos contatos, de espetáculos com estéticas diferentes, mas potências semelhantes, de cabeça cheia de planos e principalmente, com o coração repleto”. É o teatro mato-grossense de fôlego novo.





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