Nogami revelou que existem em tramitação cerca de cem investigações referentes a operação e outras vão surgindo no decorrer da análise dos documentos. Segundo ele, ao menos R$ 500 milhões circularam no esquema de fraudes que são investigadas pelo MPF.
“Temos uma força tarefa aqui em Mato Grosso e não há previsão de quando termina essa força. Tem muita coisa sendo investigada e sendo descoberta. Tem muitas outras coisas em desdobramento”, disse o procurador.
A força-tarefa foi criada em junho do ano passado e o prazo para conclusão dos trabalhos prorrogado por várias vezes. O grupo é coordenado pela procuradora Vanessa Zago Ribeiro Scarmagnani.
De acordo com o MPF, as ações penais em andamento na Justiça Federal de Mato Grosso estão na fase de instrução processual, onde os réus e testemunhas de acusação e defesa são ouvidos em juízo.
Ararath
A Operação Ararath foi deflagrada em novembro de 2013, com o foco de desarticular uma organização criminosa dedicada a prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, por meio de instituições financeiras clandestinas.
Essas instituições eram responsáveis por empréstimos de altas somas, especialmente a agentes políticos, que utilizavam os recursos para diversos fins, inclusive financiamento de campanhas políticas e corrupção de outros servidores públicos.
O caso foi delatado pelo empresário Júnior Mendonça. O esquema, segundo o MPF, era liderado pelo ex-secretário de Estado, Éder Moraes, que está preso no Centro de Ressocialização de Cuiabá.
Ética e cidadania
Parte dos recursos recuperados durante a Operação Ararath será destinado para a realização de um programa sobre ética e cidadania com 100 mil alunos do 5º ano do Ensino Fundamental de escolas em Mato Grosso.
O programa ‘Um por todos e todos por um’, é uma parceria do Ministério Publico Federal, Justiça Federal, Governo do Estado e da Controladoria Geral da União.
A Justiça Federal autorizou o uso de parte do valor para impressão de kits pedagógicos que vai atender 100 mil alunos e professores no valor de R$ 482.695,00
O material pedagógico foi desenvolvido pela Controladoria Geral da União (CGU) em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes e com o Instituto Maurício de Souza.