Grupo de pacientes transplantados renais recorre o Ministério Público para tentar conseguir medicamento de uso contínuo
“Por falta de medicamentos, estamos perdendo pacientes, alguns estão indo para a cadeira de rodas e outros estão com depressão. Desde o final do ano passado vem faltando medicamento periodicamente, mas nos últimos nove meses a situação se tornou insustentável”, reclamou.
Segundo ele, existe uma média de 380 transplantados renais no Estado e todos tomam imunossupressores. Existem, ainda, mais de 2.300 pacientes que fazem hemodiálise e estão na fila para transplante. Todos dependem da medicação fornecida pelo Estado. A lista de medicamentos apresentada ao Ministério Público é composta por 10 itens.
Conforme o promotor de Justiça Alexandre de Matos Guedes, dos medicamentos apresentados, alguns foram objetos de ação civil pública e outros de inquéritos instaurados. “O MP vem atuando nesta questão há algum tempo, tanto que algumas demandas já foram judicializadas. Vamos peticionar ao juízo sobre o descumprimento de decisões, continuar com os inquéritos abertos e instaurar outros que estão faltando. Vamos também tentar junto com a Secretaria de Estado de Saúde resolver o problema sem a necessidade de nova judicialização”, ressaltou.
A expectativa, segundo ele, é de que até o final da semana que vem, o Ministério Público tenha alguma resposta. “Esperamos ter um posicionamento satisfatório, até porque no caso do transplantado se houver rejeição a pessoa terá que voltar para a hemodiálise. Além do Estado perder todo o investimento que fez na operação de transplante, perde-se também o órgão doado”, observou.