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CULTURA
Terça - 08 de Setembro de 2015 às 15:28
Por: Da Redação TA c/ Assessoria

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 A linha tênue que não separa, mas une os universos da palavra e da imagem, permeiam a exposição “Cuiabá Experimental”, que chega nesta quarta-feira (09) ao Museu de Arte de Mato Grosso, às 20h. No jardim, sete painéis de Wlademir Dias-Pino, testemunham um dos mais importantes movimentos artísticos de Mato Grosso, o intensivismo. Nele, além das letras e da visualidade, levita outro significado poético.

Compartilhando sensações diversas inerentes ao abstracionismo, também tem início a mostra “Aesthesi”, de Carlos Batista, na parte interna do MAMT. Esta reúne doze obras de duas séries inspiradas em fragmentos de poemas de Silva Freire e no movimento Intensivista. A mostra revela uma explosão de significados encontrados na literatura. Ambas as exposições, seguem até 4 de outubro.

A diretora da Casa de Cultura Silva Freire, Larissa Freire, entidade realizadora do Circuito Cultural Setembro Freire, em parceria com o Governo do Estado através da secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) e Casa Civil, comemora a parceria com o Museu, especialmente, por conta da visualidade da obra de Dias-Pino. Segundo ela, o Circuito se fortalece com essa integração.

“Especialmente por se tratar de um museu de arte. Quando se fala do intensivismo, ultrapassa-se a fronteira da literatura e se chega às artes visuais. O próprio Wlademir diz que não há diferenças de gêneros, as artes se completam. Um livro que é objeto torna-se escultura num processo de abstração, imagem. E esse circuito que idealizamos não trata da literatura tradicional, mas desse entrecruzamento. De obras que são conceito, texto e imagem”, explica.

Larissa ressalta ainda que a mostra Cuiabá Experimental, que tem percorrido vários espaços da cidade, representa a produção do movimento cultural e estético criado nos anos 40 como uma forma de identidade cultural mato-grossense – contra a colonização da arte europeia - e que teve como seus idealizadores o próprio Wlademir e Benedito Sant’Anna da Silva Freire. O tema desta nova edição do Circuito, ao que parece, representa um encontro entre amigos. “Eles militaram juntos na União Nacional dos Estudantes e foram parceiros criativos. Escreviam juntos e os textos que ficaram, possuem trechos que não se pode decifrar quem escreveu o quê”, se diverte.

O homenageado falou à imprensa sobre essa empreitada e se declarou muito feliz com o reconhecimento. “Fico emocionado e muito agradecido. Quando jovens, tivemos a pretensão de criar uma literatura especificamente mato-grossense para termos nossa própria identidade social, exigindo uma posição de respeito e identidade para a individualização mato-grossense e hoje o intensivismo está sendo homenageado”. O artista, que é um dos mais importantes poetas vivos do país, explica que o movimento cultural tem, entre suas principais características, a linha inclinada, as curvas e a arte geométrica, que são baseados em elementos como pedras, rios e povos indígenas mato-grossenses. 

O resultado dos eventos bienais que a Casa Silva Freire idealiza, é uma projeção e ampliação do alcance da obra de Silva Freire. “O Circuito promoveu um processo de circulação da obra. A gente percebia esse silêncio, mas 17 anos após a morte dele, a família começou a se articular, foi uma amadurecimento pós-luto”, testemunha Larissa, que é filha de Silva Freire. Segundo ela, há várias obras passando pelo processo de catalogação. Ainda neste ano, será lançado um prêmio de literatura e a premiação será feita em setembro do ano que vem, adianta a produção do evento.

O Setembro Freire seguirá até o fim do mês com uma ampla programação cultural espalhada pela cidade, com exposições, performances culturais, palestras e lançamento de livros. A programação completa pode ser conferida no site www.casasilvafreire.org.br e no página da Casa Silva Freire no Facebook. 

O Museu de Arte de Mato Grosso é administrado via contrato de gestão com a Secel, por meio da Associação Casa de Guimarães. 





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