Eder Moraes é preso pela segunda vez por suspeita de ocultação de bens
O advogado de Eder confirmou a prisão do cliente, na manhã desta quarta-feira. Conforme a polícia, durante as investigações se descobriu que os investigados faziam transações imobiliárias fraudulentas com valores abaixo do praticado no mercado. Também teriam comprado veículos de luxo em nome de laranjas na tentativa de ocultar os bens e evitar que bens fossem sequestrados por determinação judicial.
Ronan de Oliveira, que atua em defesa do ex-secretário, informou que a prisão ocorreu porque Eder Moraes tinha transferido um imóvel para o nome do filho dele, de 11 anos. Porém, o advogado alega que não havia irregularidade nessa transferência. Não tem nenhum problema ele ter transferido para o filho dele. Ele poderia ter deixado em nome do dono anterior ou ter transferido para outra pessoa, afirmou. Além do mandado de prisão, a PF cumpriu o mandado de busca e apreensão na casa do investigado, localizada no condomínio Florais Cuiabá.
A prisão de Eder Moraes foi determinada pela quinta Vara Federal de Mato Grosso a pedido do Ministério Público Federal. Em maio do ano passado, o ex-secretário tinha sido preso e foi levado a Penitenciária da Papuda, em Brasília, e, depois de quase três meses, conseguiu deixar a prisão por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em um pedido de representação falsificado, o ex-secretário de Fazenda diz que o esquema criminoso, o qual teria intermediado junto a instituições bancárias, banco clandestino e políticos, foi o maior de todos os tempos. Com esse documento que pedia a prisão preventiva dele, Éder tinha a possível intenção de ameaçar os políticos que também teriam envolvimento com o crime, segundo a denúncia do MPF.
As investigações do MPF e PF apontam que Éder Moraes era o grande operador do esquema e, para isso, teria carta branca do governador Silval Barbosa (PMDB) e do senador Blairo Maggi (PR-MT).
Por meio das empresas de Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, eram feitos empréstimos junto a instituições bancárias, entre elas o Bic Banco, em benefício de Silval e Maggi para alimentar o que ele chamava de sistema, o qual sustentava os acordos políticos e financiava campanhas eleitorais. Todos negam participação nesse esquema.