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Terça - 29 de Julho de 2014 às 23:07
Por: Lourembergue Alves

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A saída do senador Jayme Campos da disputa eleitoral deste ano deixou às claras a real situação da aliança “Coragem e Atitude para Mudar”. Trata-se de uma situação de desentendimentos e de divisões. Inexiste, no seu interior, pelo que parece, uma voz capaz de agregar, juntar suas facções. Repete, agora, o mesmo erro cometido pela base governista, e que a fizera desmembrar-se em duas chapas majoritárias (a do Riva e a do Lúdio Cabral), ainda que permaneçam na condição de situacionistas, porém antagônicas na luta pela supremacia da máquina estadual, até para melhor utilizá-la na campanha. Trunfo que não tem a ala oposicionista, claro, mas os oposicionistas contam com o estilingue e as pedras, as quais, por ora, se perdem longe da vidraça.

Sem pontaria e sem a união necessária, a dita coligação passa por momentos difíceis. Resulta-se daí desgastes para as próprias candidaturas. Estas, vale realçar, dependem de apoiadores e de cabos eleitorais. E entre estes últimos, cabe dizer, encaixam-se os vereadores e prefeitos. Não são os únicos, mas são cabos eleitorais especiais, uma vez que usam as máquinas de prefeituras e de Câmaras municipais.

Curiosamente, vários gestores e parlamentares municipais migram de um lado para outro, de uma banda para outra, sem qualquer cerimônia, apesar da exigência partidária e aliancista. Agora pouco, por exemplo, falou-se nas adesões de ex-prefeitos democratas na campanha dos candidatos do PSD, ignorando assim o fato de que o DEM permanece na coligação “Coragem e Atitude para Mudar”, bem como a determinação partidária que contraria a manifestação político-eleitoral solitária de cada democrata durante as disputas.

Determinação partidária, contudo, nem sempre é cumprida. Isso acontece tanto nos parlamentos quanto no tablado onde se desenrola o jogo eleitoral. As páginas da imprensa estão abarrotadas de exemplos nessa direção. Equivoca-se, então, quem pensa diferente.

Nesses dias, aliás, noticiou-se a debandada de vereadores cuiabanos para o lado do José Riva (PSD) – cabeça de chapa que se coloca em lado oposto a do Pedro Taques (PDT) que, até recentemente, era a trincheira daqueles parlamentares. Estes continuam na base de sustentação do prefeito da Capital, Mauro Mendes (PSB), o qual mantém seu vínculo político com a candidatura pedetista, em oposição ao candidato do PSD ao governo.

Quadro contraditório. Curioso e, igualmente, tragicômico. A pergunta que se faz neste momento, por certo seja: o que levou esse grupo de vereadores a mudar de lado? Indagação importante e de fácil resposta. Pois, certamente não foi por motivação ideológica; nem pela melhor proposta, até porque os vereadores cuiabanos não leram nenhum dos planos registrados, no dia 5 de julho, no TRE/MT; tampouco por uma maior capacidade de governar, afinal, esta só é identificada quando se analisa os projetos de administração, os planos de ação e a equipe de governo de alguém.

A resposta àquela questão, então, seria agora facilitada. Mas é bom que a referida resposta fique a cargo de cada (e)leitor, que é soberano e independente, devendo valer-se deste poder principalmente quando estiver frente às teclas da urna eletrônica.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br



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