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Segunda - 01 de Outubro de 2018 às 00:45

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Os rumos políticos do país estão mais indefinidos do que nunca. Não só pelos resultados das pesquisas de intenção de voto, mas principalmente pela decisão desta semana do Supremo Tribunal Federal (STF).

O Supremo reafirmou que continuarão longe das urnas os 3,4 milhões eleitores que não fizeram o cadastramento biométrico. Esse número representa 2,4% do eleitorado do país. Os cancelamentos ocorreram entre 2016 e 2018.

Por sete votos a dois, o STF entendeu que o cancelamento não fere a Constituição Federal e não estaria excluindo pessoas de expressar o direito de eleger seus representantes, mesmo porque para se obter e/ou preservar direitos há regras que precisam ser respeitadas. E que nesse caso não foram seguidas.

Não é preciso ser especialista da área das Ciências Exatas ou analista político para saber que a ausência desse eleitorado nas urnas, 2,4%, pode mudar os resultados tanto nas eleições majoritárias (de presidente da República e Governador) quanto nas proporcionais (senadores e deputados).

Para quem já se esqueceu, recordo aqui que no segundo turno da eleição de 2014 Dilma Rousseff (PT), a eleita, obteve 51,64% enquanto seu adversário Aécio Neves (PSDB), o derrotado, 48,36%.

Adotada com base em um pedido do PSB, a decisão está tirando o sono e apavorando candidatos da esquerda. É que a maioria dos títulos cancelados seria do eleitorado mais pobre. No Nordeste, por exemplo, 4% dos eleitores não poderão votar, quase o dobro da média nacional.

Tem muita gente esbravejando, gente que não fez a biometria e que agora terá de engolir o que vier das urnas, mesmo que seja a maior mer.. da história brasileira.

Quem não vota nas eleições, é sabido, não participa da definição política do país. Acaba assistindo à imposição das porcarias 'dos mais' - inteligentes (ou pelo menos que assim se vêm ou dizem), arrogantes, homofóbicos, sexistas, misóginos...

Conheço pessoas que estão nas redes sociais brigando, espalhando ódio e desfazedo amizades e que sequer vão votar. Pessoas que, mesmo sabendo que o voto é obrigatório, optaram por não enfrentar filas e, no nosso caso, o calor cuiabano, para se adequar às regras e assim manterem seu direito ao voto. O #elenão, #elenunca, #elejamais não terá nenhuma força, tampouco efeito prático, se você não puder ir à urna votar. Vai ter que depender do outro, da escolha de quem você julgou e condenou.

ALECY ALVES – jornalista e estudante de Serviço Social

alecy.pa@gmail.com



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