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Terça - 10 de Junho de 2014 às 16:44
Por: WILSON CARLOS FUÁ

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Economista Wilson Carlos Fuáh – É Especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais
Economista Wilson Carlos Fuáh – É Especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais
Estar em contato com a realidade sobre a Copa do Mundo, é um exercício de depuração das informações. É importante saber que todos os dados são relativos, como enxergar além das mascaras dos discursos políticos, ou ler e reler os artigos e opiniões nos Sites e Jornais, alguns carregados de amor e ódio, depois de todo esse avalanche informativo, passamos a construir o senso pessoal, que pode até nos levar a aproximar da realidade do Mundo da Copa em Cuiabá.

Todas as previsões vindas dos políticos, junto à tolice da probabilidade objetivas, foram desmentidas no decorrer dos dias e no geral, os fatos encarregam de colocar a verdade dos fatos, mas nos bastidores sabe-se que houve uma movimentação financeira muito intensa, que a maioria da população não teve acesso, aqui no Brasil a previsão oficial é de que o governo gastará 8,5 bilhões de euros com o evento.


A Lei 12.663/2013 do Poder Executivo, que propõe a desoneração de diversos tributos federais, entre 1º de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2015, em uma renúncia fiscal estimada em R$ 1 bilhão em favor da FIFA e de outras pessoas jurídicas e físicas. Estes benefícios estão vinculados às operações relacionadas com atividades essenciais à organização e à realização da Copa do Mundo de 2014.


Em contrapartida as empresas legalmente estabelecidas em Cuiabá, estão terminantemente proibidas de promover vendas nas proximidades da Arena Pantanal, nem mesmo do simples espetinhos ou das tradicionais pipocas, atividades que devem aguardar o final da Copa para reiniciar o comércio de subsistência, como se a fome pudesse esperar na esquina do Verdão. E aquela premissa otimista de que muita gente poderia ganhar com a Copa do Mundo, fica muito longe da realidade, pois poucos setores envolvidos serão diretamente beneficiados, tipo hospedagem, transportes, turismo e comércio se conseguir organizar para enfrentar as barreiras impostas pela Lei Geral da Copa.


Com a proximidade do grande show Mundial do Futebol, o que devia ser uma festa para o povo Mato-grossense, acabou ofuscado pelos acontecimentos em forma de buscas e apreensões, e principalmente as prisões de autoridades, momentos que macularam a história desta cidade. Infelizmente ou felizmente “estourou” o grande escândalo de Lavagem de Recursos desviados dos setores públicos, desnudado pela Operação ARARATH 5, uma notícia ruim no meio da festa, mas Cuiabá não tem culpa pelos atos desonestos daqueles que não souberam honrar os votos que receberam.


Apesar da característica do povo cuiabano ser festivo e hospitaleiro, sinto que não houve uma campanha pré-evento para que a cidade pudesse organizar-se em forma de receptividade. Esse evento é mundial, estarão entre nós, pessoas “endinheiradas” vindas de vários países em busca de conhecer o mundo além das suas fronteiras, pagando pelo melhor, pois nesta Copa o inédito é o Pantanal, por isso deveríamos estar preparados para aproveitar esse acontecimento que é universal, e seria o momento certo para divulgar o nosso turismo através das grandes redes mundiais de televisão, que atingira bilhões de pessoas nos quatro continentes.


Já que não houve uma programação profissional, cabe ao povo cuiabano demonstrar a sua principal virtude, que é a famosa disponibilidade em ajudar e oferecer tudo de bom aos visitantes, fazendo com que as pessoas, sintam aqui como se fosse em suas próprias casas, porque isto está na alma do cuiabano. Nesta terra são princípios culturais: dar um sorriso carinhoso e estender as mãos para um estranho, que pode ser futuramente um grande amigo. O verdadeiro cuiabano é aquele que orienta alguém que está perdido, dizendo assim: “o Senhor siga pela rua da fé, chega esquina do beco da paciência, vai toda vida até chegar lá no centro”.


Isto faz parte de nossa evolução espiritual, é esse convívio e mistura de raças que representa este povo mestiço, da pele morena e do sorriso largo, que faz com que todos os relacionamentos sejam espontâneos e de uma forma natural sejam controlada apenas pelos bons sentimentos.


Infelizmente os problemas sociais são assustadores e “bombados” a nível nacional. Fica a expectativa de manifestações ruidosas e greves oportunistas, enfim o que esperar de uma festa não preparada! Será que o povo irá embandeirar-se e esperar os turistas com cara de felicidade e ir para as ruas comemorar a vitória que não será do povão, mas sim da FIFA?


Que os setores de comunicação do governo estadual e municipal, pelo menos, produzam encartes e vídeos, e que estes, sejam distribuídos para a imprensa nacional e internacional que estarão por aqui, e que nesse material de publicidade mostrem tudo sobre o setor de turismo: Cáceres, Barão de Melgaço e Poconé, (cidades do Pantanal, lá seus olhos ficam sem saber o que olhar, tudo é belo, lá estão às águas mansas das baias e lá estão as vegetações pantaneiras em forma de arrumação da mãe natureza tecendo tapetes formados pelos Água-Pés, Camalotes e Vitórias Regias, ao mesmo tempo ao fixar os olhos através das serras e das baias sentimos no ar esse cheiro particular dos coríxos e seus peixes); Chapada com suas cachoeiras, serras misteriosas e Lago do Manso que é o mar de água doce dos cuiabanos; além de Bom Jardim onde os peixes passeiam entre os turistas dando boas vindas. Que os dirigentes governamentais entendam que os visitantes quando bem recebidos, sempre voltam e serão nossos publicitários gratuitos pelo mundo afora, mas ao contrário será péssimo.


Apesar dos pesares, esperamos que a Copa leve para o mundo o verdadeiro sentimento do povo cuiabano, com sua simplicidade, com sua cultura e suas tradições, mostrando que aqui mora um povo feliz, festivo, mas que não é alienado, simplesmente porque ganhou de um pedaço de “Bolo de Arroz”.


Após a Copa do Mundo de Futebol, começa a Copa de todas as dívidas sociais, fim da Copa e começo das campanhas eleitorais, será o momento do protesto silencioso, você e a urna. Não chutem para fora, pois na vida não tem Auto Replay, se errar terá que aturar todas as mazelas e malfeitos de um desgoverno por longos 04 anos.


Economista Wilson Carlos Fuáh – É Especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.
Fale com o Autor: wilsonfua@gmail.com


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