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Sábado - 10 de Maio de 2014 às 19:28
Por: Lourembergue Alves

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Especulações e notícias arranjadas são próprias do jogo político-eleitoral. Elas, juntas e entrelaçadas, esquentam as brigas eleitorais ou, por outro lado, igualmente podem deixar amarrado um dos lados, enquanto o outro se vê mais livre, mais solto para pegar voo. Este último cenário, aliás, há algum tempo, vinha sendo desenhado no Estado. Interrompido, agora, com o comunicado de não ingresso, do senador Blairo Maggi, na disputa pela cadeira central do Palácio Paiaguás. Comunicação oficial desnecessária, porém importantíssima, pois dá liberdade de escolhas aos partidos governistas, os quais se sentiam – porque quiseram - amarrados em função da espera quase desesperada por Blairo Maggi.

O mais engraçado de tudo isso é que, mesmo com o tal comunicado, a base aliada não se juntou. Cada uma das siglas que a compõe continuou a fazer o que vinha fazendo, ou seja, trabalhar em prol de seus interesses particulares, quando – o correto - deveria aproximar umas das outras, e, assim, juntas definirem a candidatura do grupo ao governo estadual.

Explicam-se, portanto, os distanciamentos. Parte do PT defende a candidatura Lúdio Cabral; alguns líderes do PSD, a do Chico Daltro; o PMDB, a do Julier. Aliás, para fortalecer a “pré-candidatura” deste último, inclusive, os peemedebistas já marcaram um grande encontro regional com a presença do vice-presidente da República. Nenhum dos nomes postos, contudo, é capaz de agregar, de juntar todas as siglas situacionistas em torno de seu nome.

Percebe-se, claramente, então, que inexiste dentro da base aliada uma pessoa com habilidade e traquejo o bastante para o diálogo, para a negociação. Isto é o mínimo que se espera de partidos grandes, e até de um grupo que, desde 2002, chefia a administração pública regional.

Situação, tragicomicamente, reveladora. Revela a falta, o despreparo da elite político-eleitoral do Estado em se organizar, em planejar suas ações. O que reforça a tese de que uma derrota eleitoral começa a ser desenhada bem antes das convenções partidárias. A vitória também. Acontece, porém, que a vitória parece bastante longe do alcance dos governistas. Especialmente com o não ingresso do Blairo Maggi na disputa.  E não apenas por conta da desorganização e desarticulação da base governista, mas igualmente dos desacertos do governo, que se somam aos erros das gestões anteriores, desde 2002, e, isso, forma um quadro desabonador, cujo reflexo gera descontentamentos e insatisfações. Estas e aqueles registrados tanto no interior quanto na Capital, a despeito das obras de mobilidade urbana e do MT Integrado.

Realizações relevantes, mas não planejadas como deveriam. A improvisação prevaleceu, assim como também o não diálogo entre o governo e a sociedade. Razão pela qual não se deve estranhar, agora, da desorganização da base aliada, que se vê toda dividida por falta de uma candidatura forte, com densidade eleitoral suficiente, ao governo do Estado. Daí a dificuldade que suas lideranças têm na escolha um candidato entre os postulantes apresentados.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.

 



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