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Quinta - 24 de Outubro de 2013 às 06:39
Por: Reinaldo do Carmo de Souza

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Reinaldo do Carmo de Souza
Reinaldo do Carmo de Souza

Aos poucos as organizações estão reconhecendo que o sucesso na implantação de novas práticas de gestão não depende somente do investimento em infraestrutura tecnológica. A dificuldade em medir o retorno das soluções ofertadas pelo mercado tem levado as corporações a uma avaliação crítica dos sistemas. Houve uma supervalorização da tecnologia em prejuízo de ações voltadas para processos e pessoas.  Isso fica ainda mais evidente na aplicação do conceito de gestão do conhecimento ou de forma mais ampla, gestão do capital intelectual, nas organizações.

Os recursos de informática indispensáveis, não devem ser os únicos elementos envolvidos na implantação de sistemas de informação. Mais do que ter acesso e processar dados, podemos dizer que a gestão do conhecimento significa transformar as informações em processos eficazes que possam se compartilhados por todos na empresa e que adicionem valor aos produtos e serviços, tornando-os mais competitivos.

É importante assinalar que a gestão do capital intelectual é algo que se constrói a partir de metodologias de aprendizagem que devem focalizar, sobretudo a interação produtiva das pessoas, sem fazer restrições ou depender unicamente dos meios tecnológicos.  Em outras palavras, não se trata simplesmente da implantação de um produto de um pacote de sistemas de informática. O falso entendimento a esse respeito também pode levar a outra visão equivocada: a de que somente grandes empresas com fartos recursos e infraestrutura de tecnologia de informação reúnem condições para adotarem essas práticas.

Seja criando grupos de estudo, promovendo seminários internos ou mantendo quadros de aviso, não faltam meios alternativos para que as empresas mantenham suas equipes atualizadas. O importante é que a iniciativa faça parte de um processo formal, com indicadores e metas definidas. Só assim, possível disseminar não só informações ou know-how adquirido, mas, sobretudo valores e compromissos.

Cada vez mais, o principal ativo estratégico das empresas torna-se intangível. O “saber fazer” algo que poder ser exclusivo seja um produto ou serviço passa a ser um diferencial até mais importante do que todo o patrimônio imobilizado. A gestão do capital intelectual preocupa-se também com a proteção do conhecimento por meio de registros e patentes.

Atualmente, as organizações enfrentam o desafio de aumentar seu ativo tecnológico diante de num cenário de redução da força de trabalho. Ainda que consigam investir em equipamentos e novos sistemas, as empresas vêm sofrendo perdas de pessoas, o que é motivo suficiente para que busquem desenvolver processos de gestão do capital intelectual de modo que possam não só preservar também ampliar sua capacidade tecnológica e valorizar o conhecimento organizacional.

A competitividade é eficácia de qualquer organização depende da capacidade de seus profissionais em criar e inovar, em busca dos mesmos objetivos. Para isso, é preciso que haja um ambiente favorável ao aprendizado e ao desenvolvimento do potencial de cada um.

O fator humano é fundamental para o enriquecimento e disseminação dos conhecimentos, pois nem sempre a informação encontra-se explícita e acessível. A experiência e a vivência só podem ser compartilhadas num ambiente de cooperação e de trabalho em equipe. São aspectos que independem da implantação de um poderoso sistema de informação. A questão nesse caso é dar condições para que os profissionais tenham mobilidade e possam se tornar parceiros do empreendimento, não só dominando tecnologias, mas, sobretudo conhecendo bem o negócio da empresa, bem como as necessidades de seus clientes.

A gestão do capital intelectual pretende dar condições para que as empresas planejem, pensem e aprendam estrategicamente, visando o sucesso permanente e sustentado. Não é uma solução pronta e acabada nem tampouco um produto para ser comprado e instalado. Trata-se de um processo permanente e contínuo, que deve ser liderado pelo mais alto nível da organização para que os profissionais sejam estimulados a buscar um objetivo comum e estejam engajados na busca do melhor resultado.

* Reinaldo do Carmo de Souza



URL Fonte: http://toquedealerta.com.br/artigo/203/visualizar/