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Sexta - 04 de Outubro de 2013 às 01:20
Por: Deputado Ezequiel Fonseca

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Ezequiel Fonseca é deputado estadual PP/MT
Ezequiel Fonseca é deputado estadual PP/MT
A atividade turística vem ganhando, cada vez mais, importância no mundo, considerando a sua forte influência para o desenvolvimento econômico e social dos países. Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT) entre 2001 e 2010 o fluxo internacional de viagens no mundo cresceu de 675 milhões para 935 milhões, e a estimativa é que esse número se eleve para 1,6 bilhão de viagens até 2.020.

No Brasil, fatores como a aumento da renda média, a oferta de crédito e o barateamento do custo das passagens aéreas levaram, principalmente as classes C, D e E, a viajarem mais dentro de nosso País. Em 2010 o número de desembarque de passageiros de vôos nacionais foi de 68,3 milhões, alcançando crescimento de 140% em uma década, visto que em 2001 alcançou menos da metade: 32,6 milhões.

Até 2.021 o turismo será responsável por 2,9% do PIB mundial (US$ 2,865 trilhões) segundo a Organização Internacional do Turismo (WTTC, sigla em inglês); de acordo, ainda, com a WTTC, no Brasil o turismo contribuirá com 2,9% do PIB (R$ 206,9 bilhões) no mesmo período. Estudo Técnico da Federação do Comércio de São Paulo, conclui que serão criados 2,8 milhões de empregos diretos em nosso País, até 2.021.

Mas ainda que o cenário nacional e internacional sejam altamente favoráveis, e de Mato Grosso estar sendo extremamente favorecido com a realização da Copa do Mundo de 2.014, o governo não tratou o turismo com a prioridade exigida, e de maneira lamentável o Estado está desperdiçando uma oportunidade ímpar para se desenvolver no setor, haja vista que para cá virão cerca de até 70 mil turistas, conforme estimativas oficiais. Está sendo cometido um grande erro estratégico a respeito do nosso desenvolvimento econômico, ao não se investir corretamente no fortalecimento do turismo para aproveitar a realização da Copa.

Num apelo quase dramático, o Trade Turístico solicita a atenção à infraestrutura que demanda praças, parques, centros de eventos, meios de hospedagens, terminais, centros de informação ao turista, implantação da sinalização turística, reurbanização do Centro Histórico de Cuiabá, recuperação de equipamentos e prédios históricos, casas de cultura e museus não só em Cuiabá e Várzea Grande, como nos municípios próximos.

Preocupação justa do empresariado do setor de Turismo, pois na corrida contra o tempo muito do que deveria ter sido feito está inviabilizado pela falta de prazo. Com a chegada das chuvas não é mais possível revitalizar a Transpantaneira, acesso para o Pantanal mato-grossense. Poconé, Chapada dos Guimarães, Barão de Melgaço, Nobres e cidades próximas de Cuiabá, apesar da rica paisagem e opções para o turismo ecológico que oferecem, não possuem infraestrutura segundo os padrões mínimos exigidos para a prática do turismo.

Muitas perguntas são feitas, porém sem respostas. Para onde vão os turistas depois dos jogos? O que teremos a lhes oferecer de diferente? Aqueles que ficarem doentes e/ou necessitando de atendimento médico e hospitalar, vão ser atendidos em que locais? Nas Policlínicas de Cuiabá, onde o atendimento médico, por mais simples que seja, chega a demorar até seis horas? Aqueles turistas que cometerem infrações ou crimes serão encaminhados para onde? Às penitenciárias e unidades prisionais para serem violentados pelos marginais de alta periculosidade que lá estão presos?

A rede hoteleira de Cuiabá e região conta com cerca de 14 mil leitos disponíveis, informação esta divulgada pela própria Secopa. Isto, sendo que um estudo prévio realizado pela UFMT chegou a conclusão que Cuiabá receberá 70 mil turistas. Onde o número excedente de 56 mil turistas ficará hospedado? A Secopa se pronunciou a respeito assumindo a responsabilidade de organizar o “Programa Cama e Café”, para oferecer uma opção àqueles que não conseguirem vagas nos hotéis. Segundo cálculos da Secopa, o Programa exige o período de um ano para ser organizado, mas até o momento não temos notícia de nenhuma iniciativa concreta para organizar a logística de acomodação e turismo.

Buscando recuperar o tempo perdido, nesse momento devemos unir forças, sociedade civil organizada, poder público, empresas privadas a fim de resolver o impasse, que poderá ser catastrófico, caso nenhuma medida seja tomada, principalmente pela falta de planejamento. A realização da Copa do Mundo é a maior oportunidade de mostrar nossas belezas naturais e culturais para outros países. Esse é o momento de chamar a secretaria estadual de turismo para um enfrentamento, colocando metas a serem cumpridas a curto prazo, por meio de projetos, políticas públicas e ações visando mostrar o que temos de melhor em Mato Grosso para o mundo.

*Ezequiel Fonseca é deputado estadual PP/MT



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