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Terça - 29 de Janeiro de 2013 às 10:20
Por: Lourembergue Alves

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Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta

No intervalo entre uma e outra queda de braços com a Câmara Municipal, e sem desviar o olhar do retrovisor da visibilidade que o cargo lhe proporciona, o prefeito cuiabano resolveu reformar os pontos de ônibus. Iniciativa louvável. Ainda que não sejam todos os 2,5 mil. Pelo menos neste início. Mas os 800 prometidos já anunciam um bom começo. Embora o usuário saiba que todos eles estão em “péssimas condições”, e, por isso, carecem urgentemente de reparos substanciosos. Não somente o número anunciado. Principalmente quando se sabe que apenas parte das paradas apresenta coberturas. O que, por si só, é um absurdo. Sobretudo em razão do desconforto do usuário do transporte coletivo. Mal-estar provocado também pelo clima, cuja responsabilidade evidentemente jamais pode ser atribuída ao socialista-empresário.

O alcaide não pode tudo. Verdade que vale para qualquer governante, independentemente da época e da esfera. Ainda que no meio deles surja alguém com ares de “senhor do mundo”, “dono” de todas as “virtudes”, capaz de considerar a si próprio um “divisor de águas”. Pois, antes do dito cujo, “nada havia”, nem mesmo a “história” do lugar, e esta inexistência, por outro lado, talvez, tenha provocado nele uma ligeira perda de memória, o que pode “tê-lo feito” confundir omissão e inverdade. Daí, logicamente, o seu “não ver” e o seu “não saber” – palavras-estrofes que bem poderiam ser de uma marchinha, até pelo caráter dúbio que apresenta.

Dubiedade que tem tudo a ver com o lado lúdico, brincalhão, descompromissado. Bastante pertinente ao momento de descontração. Sempre existe a necessidade deste momento, o qual, porém, nunca deve ser estendido continuadamente, permanentemente. Pois as realidades cotidianas – duras, por sinal – cobram ações imediatas. Sobretudo as que podem, e devem mexer diretamente no dia a dia dos munícipes. A reforma das paradas dos ônibus é uma delas.

Agora, é preciso também observar que tal reforma não se limita a troca de estrutura da cobertura ou se reduz a pintura desta. Mas vai muito além deste pouco. Pois um ponto de ônibus igualmente deveria contar com um espaço adequado e suficiente para que o usuário não sinta espremido como se estivesse em uma “lata de sardinha”. Este, aliás, é o modelo que se tem na Capital. Modelo que carece ser mudado por completo. Trocado por um que, de fato, ofereça abrigo a quem o procura, independentemente da época do ano, seja calor ou chuvas.

Além disso, na parada de ônibus deve se encontrar todas as informações necessárias ao usuário, desde os itinerários até a identificação dos carros que fazem os ditos percursos, somados a um mapa da cidade, no qual se possa melhor visualizar a localização dos bairros, bem como suas respectivas distâncias, a partir do ponto em que o passageiro se encontra.

Detalhes imprescindíveis para facilitar os deslocamentos do trabalhador e do turista. Bem melhor seria, por outro lado, se em cada um dos 2,5 mil pontos da Capital tivesse um monitor, por meio do qual o passageiro seria comunicado a respeito do tempo que resta para a chegada do seu ônibus, a exemplo de Lisboa.

Este serviço é de baixo custo, o que não exigiria reajuste algum na tarifa, e provocaria uma mudança significativa no transporte coletivo cuiabano, sobretudo se este vir acompanhado de uma reorganização e disciplinamento da cidade, e isso serviria de complemento as obras do VLT, além de facilitar sobremaneira a fiscalização e o trabalho do MTU. Sem falar no conforto para os munícipes – razão maior da existência da cidade. Esta, aliás, inexistiria sem eles.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br  



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