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Segunda - 07 de Janeiro de 2013 às 19:19
Por: Lourembergue Alves

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Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta

Cuiabá há muito, apresenta problemas de uma grande cidade. Pode até não sê-la em número de habitantes. Mas, com certeza, é no que diz respeito a sua complexidade e nas mais variadas necessidades de cada uma de suas regiões citadinas. A atual situação da saúde pública e da insegurança são reflexos desse conjunto de necessidades, que, até em decorrência da violência crescente e da ausência de medicamentos, somado ao péssimo atendimento no Pronto Socorro e nas policlínicas, e da própria campanha eleitoral do ano passado, ganharam corpo e maiores visibilidades. O que obriga o então prefeito a se atentar para os quadros destes dois setores da administração, sem, contudo, perder de vista a importância de ações que servirão de suporte às obras realizadas, em função dos jogos da Copa do Mundo (2014).

Tarefas que carecem ser feitas urgentemente. Porém, bem antes de realizá-las, seria também urgente a feitura de todo um planejamento de trabalho. Este, ou o esboço dele, aliás, deveria ter sido apresentado no horário político eleitoral. Ausência denunciada nesta coluna, porém ignorada por todos os candidatos à prefeitura, que preferiram cuidar apenas do verniz e não preocuparem dos problemas reinantes. Assim, o eleito tomou posse sem qualquer projeto ou programa de governo na bagagem. Não seria diferente com o seu mais forte concorrente, o petista-vereador. Agora, o socialista-empresário, à moda de todos os que o antecederam, vale-se do improviso para “botar as mãos na massa”.

Acontece, porém, que o retrato tanto da saúde como o da segurança só irão ganhar brilho, ou melhorar com um trabalho de parceria com os governos estadual e federal, e, assim mesmo, as ações desenvolvidas não trarão resultados imediatos, demandam tempo, a menos que se valha da maquiagem.

Diferentemente, contudo, das ações também urgentes que darão suportes as construções de trincheiras, viadutos e os trilhos do VLT. Tais ações, de exclusivas responsabilidades da prefeitura, tão logo viabilizadas, igualmente trarão efeitos imediatos no cotidiano do munícipe cuiabano. Tudo isso por um custo bem pequeno, a despeito da relevância e das necessidades das placas sinalizadoras (não especificamente de sinais de trânsito), mapas da cidade espalhados estrategicamente pelo desenho arquitetônico-urbanístico e identificação dos ônibus e seus respectivos itinerários nos pontos de paradas e embarques. Especialmente no atual momento em que, pelo menos aparentemente, querem transformar Cuiabá em um local atrativo para turistas.

Isso é bom. Pois a Capital é rica em história, cultura e memórias. O que a torna uma cidade de grande potencial turístico, e não apenas a sede dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo regionais, cujas existências – por outro lado – também deveriam ser transformadas em locais de visitação, a exemplo e nos moldes do que já ocorrem na Europa e nos Estados unidos.

Talvez, por isso, a idéia inicial de se fundir as secretarias do Turismo e da Cultura foi bastante infeliz. O que muito bem poderia ser feito com a de Cidades, Desenvolvimento Urbano, Obras Públicas e de Serviços Urbanos. Pastas que, em linhas gerais, têm iguais incumbências, e, por conta disso, “batem cabeças” entre si. Elas poderiam ser transformadas em uma única, a de infra-estrutura, que passaria a ser a super-secretaria, cuja atenção estaria voltada diretamente aos interesses imediatos da Capital e dos cidadãos.

Mas também isso requer o planejar. Este exige equipes técnica e política capazes de pensar a cidade e seus problemas. Equipes que, pelo jeito, ainda não se tem. Basta analisar a composição do secretariado. Estilo compadrio, como o de sempre.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br



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