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Segunda - 17 de Dezembro de 2012 às 11:19
Por: Lourembergue Alves

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Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta

A frase, que dá título a este texto, é bonita. Melhor ainda: prende a atenção do (e) leitor que, às vezes, se deixa levar pelo efeito propagandístico dela. Peça antiga. Tanto que carrega os mesmos vícios e defeitos. Tão velhos quanto o mudar o conceito das palavras para usufruir benefícios futuros, e até imediatos. Daí a opção pelo termo “reforma” no lugar do simples “trocar”, cujo sentido se prende apenas a substituição de fotografias, enquanto aquele “vende” um cenário de “mudanças”. Muda-se, contudo, para ficar na mesmice de sempre.

Isso fica mais claro quando se percebe que o novo álbum de fotos do secretariado estadual já se encontra apagado e quase sem brilho algum. Também, pudera, se pensou unicamente nas cores partidárias aliadas, bem como nos interesses individuais e nenhum pouco na contribuição que o indicado dos chefes políticos poderia oferecer ao Estado e ao seu povo. O que explica a ausência do critério técnico para as nomeações, sobretudo para uma pasta do porte da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), por exemplo, e da falta do critério político para a da Casa Civil.

A Casa Civil é uma espécie de “cartão postal” do governo, ou de “porta de entrada” do gabinete central. Por isso, o cargo deveria pertencer à cota exclusiva do governador, como também deveria ser o da Fazenda. Até porque o chefe da referida Casa recepciona prefeitos, parlamentares, políticos e representantes da chamada sociedade civil. Condição que o torna uma espécie de “pára-choque” e de “amortecedor” dos problemas, além de ser o responsável sempre pela manutenção do diálogo entre o governo e as demais esferas de poderes, políticas e sociais. Razões pelas quais o nomeado para o dito posto tenha visão política, habilidade e competência em negociar e dialogar.

Características que estão longe, e muito, do fato dele ter sido parlamentar. O ter feito parte das empresas do governador, empresário ou ser integrante de um partido ou, ainda, ter vencido eleições ou ser parente ou amigo de quem venceu não o torna, necessariamente, alguém capaz para exercer as ditas funções.

Aliás, é por conta disso, que nas últimas duas décadas, não se viu a chefia da Casa Civil ser ocupada por alguém a altura dela. Seus ocupantes, ao longo destes anos, tiveram um desempenho pífio, e complicaram o cotidiano do governador. Só não foram piores porque Dante de Oliveira, Blairo Maggi e Silval Barbosa se valeram da maquiagem para esconder as derrapadas registradas.

Muitas dessas derrapadas, por exemplo, dificultaram negociações entre o governo com a Assembléia Legislativa, bem mais com os prefeitos, os quais, na maioria das vezes, trazem reivindicações dos munícipes. E isso, o que é pior, “passou” a idéia de que o governador e a sua administração se encontravam distanciadas da população.

Situação que não deve mudar. Pois a troca que se pretende fazer, bem como as havidas, não passa de um rosto diferente no grande álbum do secretariado. Nada mais que isso. Pois o que se cogita, está aquém das funções a serem desempenhadas, assim como estiveram os demais que passaram por ela, ou são cogitados para outras secretarias.

Trata-se, portanto, de um triste quadro fotográfico. Bem pior quando se percebe que as mudanças no secretariado não passam de tentativas para agradar os partidos aliados, ou chefes políticos aliados. Isso é bastante grave.          

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.



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