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Terça - 19 de Junho de 2012 às 14:14
Por: Lourembergue Alves

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Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta

A pesquisa é um instrumento valiosíssimo. Tanto que candidatos, partidos e coligações se valem dela para orientar-se. Até o eleitor a busca para decidir em quem destinar o seu voto. Tal decisão, entretanto, deveria resultar também de outros exercícios, entre os quais a conversa com amigos e parentes. Um conversar diferentemente do corriqueiro. Ainda que ocorra nos botequins. Mas a respeito das propostas de campanhas e dos conteúdos apresentados nos horários políticos, bem como do comportamento de seus divulgadores, somado as condições necessárias para a realização das obras prometidas. Assim, o pódio publicado pelos institutos teria a sua real importância, menor do que aparenta ter ou aquém do papel que querem que ele tenha.

Procedimento indispensável. Sobretudo em época de defesa do meio ambiente, cuja palavra de ordem é o de não poluição, a qual traz implícita e explícita a recomendação de “não jogar lixo nas urnas”. Dizeres que ilustra um e-mail que percorre as caixas de entradas de uma porção de internautas, e que bem poderiam ser tema dos bate-papos sobre a definição do chefe da administração pública municipal, juntamente com os membros das Câmaras locais.

Definição dependente de outra ação, a de avaliação, e esta carece de uma terceira, o analisar. Três verbos expressivos, e que trazem à luz o agir, cuja origem deriva do latino “agere” – pôr em movimento, fazer avançar. Processo que exprime atividades constantes, a partir do que se tem iniciado e de um permanente diálogo político, inseridos em um contexto favorável. Os avanços sociais alcançados no governo Lula, aliás, não seriam possíveis sem o equilíbrio das contas públicas, domínio da inflação e a economia estabilizada – obras das gestões Itamar Franco e Fernando Henrique.

Situação completamente distinta da imensa maioria dos municípios brasileiros. Os mato-grossenses não estão relacionados ao quadro das exceções. Ainda que se queira incluí-los nele. O que seria impossível ao observar suas fotografias, em especial as de Várzea Grande, Cáceres, Rondonópolis, Barra do Garças e Cuiabá, cujas imagens denunciam uma estampa verdadeiramente preocupante. Principalmente nas duas cidades separadas pelo rio que cede ou empresta o nome da Capital do Estado.

Para sair de tamanho desconforto é preciso infinitamente mais do que liderar a corrida eleitoral. Requer planejamento, projetos e competência em dialogar. Capacidades difíceis de serem identificadas pelos números registrados pelas pesquisas. Tais números se devem a outras razões, e até as mãos que manipulam os índices ou os distanciamentos entre um e outro concorrente, e estas razões de forma alguma retratam na verdade a excelência no lidar com a coisa pública. Ainda que o nome em evidência tenha atingido certo progresso empresarial ou mesmo destaque no cenário político, quer seja via eleitoral ou nomeações as posições governamentais.

Apesar disso, as pesquisas não devem ser descartadas. Ao contrário. Podem ser consultadas e analisadas. Jamais, entretanto, utilizadas como único instrumento para uma decisão tão importante, que é esta de eleger alguém para dirigir os negócios de um município, de uma cidade, cuja dificuldade reflete diretamente no cotidiano da população, a qual se vê impedida de navegar por águas mansas e serenas por quatro anos, a despeito da esperança motivada pelas obras da Copa do Mundo de Futebol.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br  



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