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Quarta - 02 de Maio de 2012 às 11:19
Por: WILSON CARLOS FUÁ

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Economista Wilson Carlos Fuá - É Especialista em Administração Financeira e Recursos Humanos
Economista Wilson Carlos Fuá - É Especialista em Administração Financeira e Recursos Humanos
Neste mundo complicado em que vivemos, as pessoas estão perdidas e desistindo delas mesmas por não entender o simples, e ficam buscando a felicidade com tentativas subjetivas: casando e descasando; qual é o melhor homem ou a melhor mulher? É aquele ou aquela que o sentimento escolheu em nosso nome.

Seria bom se as pessoas entendessem e soubessem descomplicar suas vidas, hoje vemos pessoas que perdem horas preocupadas com coisas supérfluas e chegam até a contratar Personal Moda para saber vestir e calçar adequadamente, e a vida delas vira um monte de dúvidas: qual o melhor filtro solar (tipo fator 1 ou 4), óculos escuros (adequado a formato do rosto) bolsas de marca, de acordo o lançamento internacional, celular com maior tecnologia, cartão de crédito e saldo do cheque especial, mudar para um apartamento igual ao do seu colega e comprar o carro do ano com maior tecnologia e potência; escolher o local onde ir: se a redondeza não oferece um mínimo de segurança, qual o estacionamento melhor para guardar o seu carro, no particular ou pagar o flanelinha, e será que o alarme está ligado?

Enfim, decide: o bom mesmo é fazer uma bela caminhada, mas qual é a hora correta para fazer caminhada no Parque Mãe Bonifácia?

Desculpe-me: por eu citar esse Parque, mas é porque todos os dias estou lá, mas o certo mesmo é simplificar a sua caminhada:

1. Simplificar a caminha é esquecer tudo isso, deixar de lado o Personal Trainer, (é ridículo caminhar com um orientador), o bom mesmo é caminhar no Parque ouvido os cantos dos passarinhos, sentir a presença dos animais e cheirar o ar puro daquela parte de Cuiabá ainda conservada, (apesar dos esgotos correndo a céu aberto, sem que ninguém tome uma providencia). O simples prazer de caminhar é que nos trás a sensação de bem-estar.

2. Caminhar sem nenhum prazer é ruim, caminhar só porque ouviu falar na televisão que: “caminhar faz bem para a sua saúde”. Não basta porque depois da caminhada, ainda vem a complexidade da vida moderna, que é aferir calorias gastas, distância percorrida., tempo ….ufaaaaaaaaaa!

A minha infância foi bem vivida com muitas atividades e opção de saber usufruir as coisas simples que a cidade de Cuiabá oferecia naquela época: recebíamos a educação que sempre foi obrigação da família (pai e mãe); buscávamos o saber (que sempre foi obrigação dos mestres) estudando nas salas da Escola Modelo Barão de Melgaço, brincando e brigando nas praças ( da República e Alencastro), ainda me lembro que ao começar uma briga os adversários diziam um para o outro: se você for homem tire sua camisa e venha por murro, e colocavam uma camisa próxima da outra, e o mediador dizia assim: esta camisa é a sua mãe e esta outra é a mãe do outro, e era só um chutar a camisa representativa da mãe, que é a coisa mais sagrada do mundo e a briga começava.

Em alguns bairros de Cuiabá, podia-se encontra as benzedeiras, eram mulheres de muita fé, e transmitiam certas sensações de magnetismos que melhoravam as nossas dores e os nossos problemas eram resolvidas pela reza e pela fé que essas mulheres cuiabanas conseguiam incutir em nossas simplicidade infantil e em todas as pessoas que as procuravam.

Vivíamos a chupar as frutas dos quintais cuiabanos, jogando bola no campinho do areão, e de contusões em contusões, recorria a minha querida benzedeira Dona Georgina, que morava ali na Av. Coronel Escolástico, e muitas vezes ao procurá-la além de ser benzido, bebia a simplicidade dos seus ensinamentos, sempre ficava com os meus pensamentos dialéticos, questionando: de onde vem esse poder de curar e abençoar as pessoas que as procuram?

E, ela como forma de explicação, virou a costa para mim, colocou a mão no bolso, e com as duas mãos fechadas, perguntou o que eu tenho aqui em minhas mãos?
- Não sei, não posso responder, foi à única resposta que veio a minha cabeça.
- Pois vou lhe dar uma pista: é uma fruta e tem a forma, cheiro e aparência de jabuticaba, reafirmando ela disse ja-bu-ti-ca-ba. Sua casca é preta e tem a forma arredondada. Seu conteúdo é líquido com sementes encobertas por polpas carnudas e com sabor marcante e meio azedo, e na época da sua produção, o caule da sua arvore fica até preto de tanta fruta que dá..

- E na minha resposta, disse que não pode ser pitomba, pois ela não é preta, pode ser tarumã. Já sei é tarumã! – era um chute, mas eu tinha que lhe dar uma resposta rápida para que ela pudesse pensar que era muito inteligente, o “toucera” e “digoreste”.

A benzedeira abriu a mão: era uma jabuticaba.
- A verdade é simples – disse Dona Georgina.
- Mas aquele que sempre quer bancar o mais inteligente e o mais esperto que todos nunca enxergam a verdade.
- afirmou Dona Georgina, na mais pura simplicidade.

Aqueles que procuram impressionar aos outros com sua sabedoria duvidosa, com certeza ficará sempre distante da simplicidade que é a fé em Deus. Não existe fórmula para ser feliz, talvez a felicidade esteja na simplicidade de viver, fazer voto de humildade leva conhecer essa outra FACE de DEUS, qual seja, o da simplicidade e da humildade.
Não adianta ficar pulando de psicólogo em psicólogo; fazendo análise em grupo ou lendo livro de auto-ajuda, ingerindo drogas de todo tipo para dormir; para acordar, para ficar agitado ou para ficar calmo, ou na forma de fuga da tristeza ou em busca da alegria.

A análise em grupo, as leituras de auto-ajuda e as drogas não são o melhores remédios, porque os seus segredos pertencem exclusivamente a você e estão nas coisas simples que você esta fugindo, e por mais que você tente adivinhar os seus próprios segredos e as suas próprias incertezas, provavelmente errará, como no teste da Jabuticaba, pois talvez você esteja buscando nos seres humanos o limite do ser humano, e quando você foge da fé esta afastando de Deus, buscando o trajeto mais longo e as soluções mais complicadas.

Talvez por não ter a visão da simplicidade, ela torna-se rara, e as vezes relutamos em reconhecê-la passando por ela. As pessoas estão descartando o simples, e estão especializando em coisas difíceis e inúteis, talvez decididamente esses sejam os nossos maiores problemas: não enxergar as respostas óbvias, que é viver na simplicidade.

Economista Wilson Carlos Fuá - É Especialista em Administração Financeira e Recursos Humanos fuacba@hotmail.com




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