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Sábado - 31 de Dezembro de 2011 às 09:48
Por: Lourembergue Alves

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Este ano caminha para seus últimos dias. Já não mais no mesmo pique em que começara. Bem diferente, portanto, das lideranças políticas, as quais se mostram incansáveis. Conversam entre si, ao mesmo tempo em que traçam estratégias para as disputas municipais. Disputas que são, na verdade, aperitivos ou preliminares para as de 2014. Daí todo o esforço para fecharem coligações fortes. O PMDB, por exemplo, trabalha com a possibilidade de manter junto de si senão todos os partidos da base aliada do governo estadual, pelo menos grande parte dela. Tanto que existe toda uma movimentação nessa direção nos principais pólos do Estado, em especial Rondonópolis.

Neste município, recentemente, os peemedebistas realizaram um encontro, no qual contaram com representantes do PR, PT, PP, PV, PCdoB e PSD. Forte indicativo. Problemas, entretanto, existem. E o maior deles, evidentemente, é a candidatura a reeleição do prefeito José Carlos do Pátio, que encontra resistência dentro da sua própria agremiação. Peemedebistas históricos, descontentes em razão da partilha dos cargos públicos locais, são contrários a essa candidatura. Mesmo posicionamento percebido nas chamadas siglas coligadas. O PSDB, por exemplo, pretende lançar candidato; enquanto petistas e progressistas são sondados pelo PPS, mais precisamente por Percival Muniz, que sente dificuldades em manter ao seu lado o PDT, o qual sonha com a candidatura do ex-prefeito Adilson Sachetti.

Situações que obrigam as articulações, negociações e os conchavos. Principalmente por parte dos peemedebistas, cujo interesse maior é continuar à frente da administração pública municipal. E isso só será possível com a candidatura do prefeito. Este, pelo seu turno, não conseguiu diminuir as distâncias entre ele e os munícipes espalhados fora da área central da cidade. Seus gestos bruscos e às vezes grosseiros lhe causam mais desgastes. O que afastam os partidos da base governista. Inclusive na estadual, que se vê mais resistente em razão de antigas querelas envolvendo Silval Barbosa/Bezerra e José do Pátio. O prefeito rondonopolitano ainda não conseguiu minimizar tais diferenças. Isso demonstra a sua inabilidade em dialogar, em negociar e, enfim, em ceder-se. Justamente em um momento que parece ser, para ele, importante. Pois o PMDB sabe que não pode lhe dificultar a recandidatura. O próprio Bezerra tem dito isso, assim como também diz que a vitória nas urnas no município pode ser um trunfo importante para 2014, e continuar administrando o Estado é o grande sonho dos peemedebistas.

Explica-se, portanto, os depoimentos do presidente do PMDB a respeito da situação de desequilíbrio das contas públicas estaduais, a qual, segundo ele, se deve aos “vários escândalos: o patrimônio de ex-secretários, maquinários, precatórios e o pagamento superfaturado de cartas de crédito”. Situação criada pela gestão anterior, cujas peripécias não têm o vice-governador como autor, uma vez que o “vice não administra, não comanda”. Suas críticas, portanto, dirigem diretamente ao ex-governador Maggi.

Críticas que também têm o objetivo de evitar que o governo Silval sofra com o desgaste causado pelos ditos escândalos, e, por tabela, o próprio PMDB. Pois esse desgaste pode trazer prejuízos, inclusive, para os candidatos peemedebistas nas eleições de 2012. Mais ainda nos municípios-pólos, tal como Rondonópolis, onde o PMDB quer continuar administrando.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.



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