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Terça - 11 de Outubro de 2011 às 21:05
Por: Lourembergue Alves

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Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta

O tema político do momento é a eleição de 2012. Tudo no tablado da política gira em torno da dita temática. Até mesmo os movimentos de filiações. Estes, aliás, só têm o espaço da mídia em razão das disputas do ano que vem. Disputas que causam rachas, enfraquecem um ou outro grupo e reabrem velhas feridas. Até porque são muitos os interesses em jogo.

Interesses que nada tem a ver com os da população. Mas, isto sim, aos de âmbito particular. Próprio de um Estado em que a política virou negócio. Daí o seu uso como profissão ou meio para enriquecimento. Inclusive de quem jamais sairá como candidato. Pois a posição nos bastidores também pode ser bastante rentável. E são justamente esses personagens – desconhecidos, por vezes, do grande público – que plantam notícias, aumentam ou diminuem as distâncias entre as agremiações e provocam cisões ou reacendem casamentos já tidos como desfeitos. Situações corriqueiras e bastante conhecidas do cenário político-eleitoral. Independentemente de qual seja este. Isso porque sempre se tem como troféu o poder de mando, e é em volta e com vistas à conquista deste que gravitam as siglas partidárias e os postulantes dos cargos públicos. Mesmo em um período um tanto distante do ano eleitoral.

Explica-se, portanto, o corre-corre por filiações registrado entre o final de setembro e o início de outubro, bem como a migração partidária ou o ressuscitar de velhas querelas. A respeito deste último, o PT/MT se encaixa perfeitamente bem. Pois faz reprisar a briga do ano passado. Por causa dela, o partido perdeu as cadeiras que tinha no Congresso Nacional, e, agora, com a sua reprise, corre o risco de ficar mais e mais enfraquecido; enquanto as demais agremiações buscam o fortalecimento. Ainda que não tenha um candidato à altura da disputa pela prefeitura de Cuiabá. Este é o caso do PSD/cuiabano, que trabalha com a possibilidade de fechar ou com o PMDB ou com o DEM, em uma aliança que transcende os limites de 2012. Afinal, as lideranças peessedistas – que nada têm a ver com as do antigo PSD, nem deveriam, pois inexistem quaisquer traços de DNA-partidário – traçaram suas metas, a saber: a eleição do governador e do senador, em 2014.

É nessa perspectiva que se deve avaliar toda a movimentação do PSD. Movimento que mexeu com o tabuleiro regional e obriga os partidos maiores a se reorganizarem. A respeito disso, o DEM procurou compensar suas perdas em Várzea Grande com as aquisições de Cuiabá; enquanto o PSDB se vê cada vez menor, em um cenário que lhe é altamente desfavorável, inclusive na condição de coadjuvante. Diferentemente do PMDB, que tem a chefia do governo estadual, e partir deste barganhar a ponto de costurar uma coligação forte na Capital. Pois não se chega à vitória no maior colégio eleitoral do Estado descuidando-se da possibilidade das alianças, uma vez que a estampa que está sendo formada é nitidamente distinta da que resultou na disputa de 2008 ou de 2004. Erro de cálculo que parece cometer a turma do “Mato Muito Mais”. Também, pudera, os interesses de seus líderes chocam entre si. Tudo em razão da disputa pela cadeira número 1 do Palácio Paiaguás.

De todo modo, o jogo ainda não começou. Muita coisa deve ocorrer. Trocas, solidariedades e desentendimentos são peças de um mesmo quebra-cabeça, o qual não será montado por mãos inabilidosas e sem quaisquer traquejos no jogo das disputas. “Em terra de cego, quem tem um olho é rei”. Dito que não se pode menosprezar. Aliás, veja o caso do PSD no Estado, que reforça tal adágio.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.  



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