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Quinta - 06 de Outubro de 2011 às 21:16
Por: Lourembergue Alves

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Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta

O objeto de desejo de quaisquer partidos políticos é o poder de mando. É a luta pela conquista de tal sonho que leva aos casamentos político-eleitorais, os quais abreviam o tempo e encurtam as distâncias para se chegar à chefia da administração pública. Posição sedutora – capaz de atrair apoiadores. São estes, aliás, que também fortalecem a situação dos líderes políticos, mesmo que se encontrem na periferia. Condição necessária, inclusive, para um deles erguer uma dada bandeira partidária. Foi isso o que se viu recentemente, com a criação do PSD/MT.

Criação que revela a competência de arregimentação do presidente do Legislativo estadual. Habilidade bem antes percebida. Ainda que dividisse espaço com outra figura de proa do PP – hoje na Secretaria de Saúde. Tanto este quanto aquele se sentia bastante desconfortável, e isso tem distanciado os dois. Embora medissem forças a todo instante. Mas, no entanto, o vacilo do segundo, que vivia preso aos limites de sua parentela, permitiu que o primeiro ampliasse a sua facção no interior da agremiação progressista. Graças as suas peregrinações pelo interior do Estado, assim como também a utilização da Assembléia Legislativa em proveito próprio. Cresceu, então, a quantidade de pessoas em sua volta. Foram estas que o ajudaram a formar a nova sigla – que deverá, rapidamente, ser a maior do Estado.

Processo de crescimento, cujo objetivo maior é o da conquista do poder de mando regional em 2014. Por isso, suas lideranças – inclusive as de menor estatura – trabalham pela conquista de número grande de prefeituras. Daí o lançamento de 80 candidaturas a prefeitos, somadas a centenas de postulantes às cadeiras das Câmaras Municipais.

Também faz parte dessa estratégia, a condição de partido governista, sob o “manto da independência”.  Independência nem tanto, uma vez que jamais abandonará a base aliada, ainda que haja o sussurrar de críticas a ações pontuais. Afinal, é o estar próximo do governo que lhe permitirá direcionar benesses aos seus líderes municipais, cujo papel-mor é o de tornarem cabos eleitorais em 2014, quando se estarão em jogo uma vaga do Senado e a poltrona central do Palácio Paiaguás. José Riva e Homero Pereira são os dois possíveis candidatos aos ditos postos.

Explica-se, portanto, toda a movimentação em torno de filiações, no exato instante em que também se formam as Comissões Provisórias – algumas delas, já transformadas em Diretórios Municipais, e, a partir destes, a constituição do estadual.

Nesse sentido, cabe observar, que o PSD é o único, atualmente, com uma estratégia muitíssimo definida. Faz lembrar, inclusive, o antigo PTB/MT, que se formou pela maioria de dissidentes peessedistas, e se destacava das demais agremiações da época, por sua arrojada estratégia de crescimento, com a qual pudesse – com segurança – se lançar na disputa de 1960, com candidato para o governo estadual.

O PSD, contudo, não deixou de se espelhar no PMDB. Partido que se habituou a ficar ali, preso as tetas do governo. Independentemente da esfera. Institucionalizando, assim, a prática. A ponto de ter sido copiado pelo PP/MT, e, agora, pelo PSD – partido que se diferencia daqueles, apenas no que diz respeito à estratégia de crescimento e de conquista de poder de mando.       

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.


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