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Quinta - 21 de Julho de 2011 às 12:31
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Cedo a maior parte do espaço da coluna para algumas ponderações que recebi de Vivaldo Lopes após o artigo sobre a Sanecap. Abro aspas.

“Como faço todos os dias, li com prazer seu artigo. Faço aqui algumas anotações sobre a possível privatização dos serviços de saneamento e abastecimento de água em Cuiabá.

Há duas quinzenas atrás, a Exame, maior revista de negócios do país, dedicou uma página inteira para elogiar o sistema de abastecimento de água e saneamento da cidade de Campo Grande (MS) utilizando os indicadores universais do setor. Reconhece como um dos bons exemplos do país a ser seguido. O sistema foi privado há menos de dez anos. A operadora, Águas de Guariroba, pertence ao grupo empresarial Bertin.

Se Cuiabá tivesse seguido o modelo de Campo Grande, há dez anos atrás, o nosso sistema de saneamento e abastecimento de água estaria na mesma situação catastrófica atual?

Seria interessante fazermos estudo comparativo das tarifas de Campo Grande e Cuiabá. Será que as tarifas cobradas lá são muito superiores às de Cuiabá?

Em 2005, o prefeito Wilson Santos contratou consultoria da FGV Projetos que fez estudo minucioso sobre o sistema de Cuiabá e sua possível privatização. O estudo aponta todas as deficiências do sistema e indica o volume de investimentos necessários para universalizar e melhorar o sistema de Cuiabá (acima de meio bilhão de reais em dez anos). Não seria o momento de exigirmos a divulgação do estudo?

Vinte e cinco cidades de Mato Grosso privatizaram os seus serviços de água e esgoto. Cidades grandes e ricas, como Sorriso e Primavera do Leste e pequenas como Jangada e Cláudia. Nessas cidades estão os melhores indicadores de saneamento do Estado (estudo efetuado pelo Pnud e entregue à Ager). Os cidadãos dessas cidades apresentam níveis elevados de satisfação com os serviços, ao contrário de Cuiabá e Várzea Grande. Não seria interessante ouvir os prefeitos e moradores dessas cidades?

Até agora, as reações contrárias refletem mais interesses corporativos e políticos e menos desejos da população, que está quieta”. Fecho aspas.

Complementando as boas colocações do Vivaldo, temo que o assunto já esteja contaminado pela eleição do ano que vem. Com a divulgação de que, com o dinheiro inicial da concessão, Chico Galindo pretende asfaltar 39 bairros da capital, os contrários a ele vão trabalhar em direção oposta à concessão.

Até acho que os vereadores que estão falando em votar diferente do que votaram antes é porque sentiram que tem um jogo político do Galindo no meio que eles e seus grupos não tinham percebido antes. Por causa da eleição no ano que vem, a concessão pode não ocorrer. É uma pena.

Alfredo da Mota Menezes é articulista e escreve em A Gazeta. Email: pox@terra.com.br. Site: www.alfredomenezes.com


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